Três cidades importantes do Rio de Janeiro, São Gonçalo, com mais de 1 milhão de habitantes, Campos com mais de 500 mil e Petrópolis, com cerca de 190 mil moradores, perderam as edições diárias de seus tradicionais jornais impressos. Com cada vez menos patrocinadores para bancar os custos de edição, impressão e distribuição, empresas jornalísticas do interior fluminense buscam na internet uma saída para manter a comunicação profissional e de qualidade.
A partir desta semana, o Folha da Manhã, de Campos dos Goytacazes, passa a ir às bancas somente aos domingos. Já conta com edição online diária. Há 42 anos foi fundado pelo jornalista Aloysio Barbosa, com longa passagem pelo Jornal do Brasil.
No início de abril, A Tribuna de Petrópolis, fundada em 1902 e adquirida pela família imperial na década de 50, acabou com a edição impressa, depois de 118 anos de circulação. Agora o jornal pode ser lido apenas pela internet.
Dom Francisco de Orleans e Bragança, trineto de Dom Pedro II, diretor do jornal petropolitano vinha se queixando do custo operacional do jornal e da perda de anunciantes, além da queda de volume dos pequenos classificados.
A cerveja Imperial, do grupo da família Bragança, era um dos principais anunciantes do jornal até ser vendida para o Grupo da Cerveja Itaipava.
Em agosto do ano passado, o jornal O São Gonçalo, em circulação há 88 anos, passou a ser um semanário. As edições diárias ficaram restritas ao site do jornal com conteúdo aberto.
Fim da era do impresso
Os custos crescentes do papel e da impressão agravados pela crise econômica que afasta patrocinadores das páginas dos jornais impressos, bem como o cada vez maior interesse dos leitores pela notícia imediata e online, têm feito as empresas jornalísticas investir mais em plataformas digitais, disse Walace Salgado de Oliveira, diretor de O São Gonçalo.
– A era do jornal impresso está terminando. A tendência é de surgimento de pequenos jornais impressos segmentados, cobrindo temas de interesse de comunidades e de corporações profissionais, por exemplo – diz o jornalista João Luiz Faria Netto, presidente do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar).