O capim dourado, uma joia do Tocantins, brilha em Niterói três vezes por semana, em Icaraí e no Centro. O artesão Marcelo Salvador, 28 anos, expõe na Avenida Amaral Peixoto e na Lopes Trovão as preciosidades em bijuterias e acessórios que produz com a Syngonanthus nitens do Jalapão.
Bolsas, pulseiras, brincos, chapéus, chaveiros e acessórios variados feitos com as hastes trançadas de uma flor branca da família das sempre vivas (a Syngonanthus niten), são vendidas aos sábados na Rua Lopes Trovão, esquina com Tavares Macedo. Às quartas e sextas-feiras, na Amaral Peixoto com Visconde do Uruguai, das 10h às 18h.
As bolsas custam de R$95,00 a R$250,00. Marcelo estudou quatro anos na Escola de Índios de Tocantins. Ali se especializou em artes, adquirindo conhecimento e prática para fazer qualquer tipo de trabalho com o precioso produto do cerrado do Jalapão, conhecido como o tesouro de Tocantins.
Todos os anos ele volta em setembro à terra natal, Miracema do Tocantins. Na chácara da família ele colhe o capim dourado. Isto só é permitido de setembro a novembro. É para preservar a planta cor de ouro que significa muito para a economia local.
Quando viaja ao Tocantins, Marcelo participa da colheita e visita às exposições para ver se há alguma novidade. A apresentação de danças e músicas regionais ajudam o artesão a matar as saudades de sua gente.
Marcelo conta que está sempre produzindo, até mesmo sentado em um banquinho ao lado de suas peças expostas na calçada das ruas. Lembra que essa planta de tão preciosa é protegida pelas autoridades ambientais. Por isso tem seu período de defeso e seu manejo e colheita protegidos por lei.
O capim dourado é encontrado também em alguns pontos de Minas Gerais.