Por / Emmanuel Macedo Soares
A primeira vez que ouvi falar em impeachment foi em 1961, lá se vão não sei quantos anos, porque nunca fui bom em matemática. O alvo (ou a vítima, porque naquele tempo também havia divergências), era o prefeito Wilson de Oliveira, um jovem médico de 30 anos que conquistou a prefeitura sem nunca ter exercido nenhum outro mandato político. Pessoalmente (acredito eu), era um homem honesto. Mas tinha lá uns pecês, uns bunlais, uma gente esquisita a seu redor.
Entraram na história uma empreiteira de São Paulo, uma concorrência para calçamento de ruas, um cheque meio estranho (por sinal sem fundos) e a coisa degringolou. As chamadas “classes produtoras” resolveram parar de pagar impostos, para ver no que dava. Deu no atraso de pagamento aos funcionários, que respondiam fazendo greves antes e após as refeições. Os mais exaltados saqueavam armazéns. Era o caos.
Foi quando os vereadores Nilo Neves, Onacir Pereira da Silva e Jorge Curi tiraram da cartola a solução mágica para a crise: impeachment. Ninguém sabia direito que diabos vinha a ser isso, ou como funcionava, mas era o único jeito de arrancar o prefeito de sua cadeira, já que a Assembleia não quis decretar intervenção no município.
A gota d’água foi um telegrama que Wilson expediu em 12 de setembro aos ministros da Guerra e da Justiça, pedindo tropas para manter a ordem na cidade. Os vereadores partiram para a Câmara, ainda no Jardim de São João, e votaram o tal impeachment seguindo um ritual inventado ali mesmo e em regime de urgência urgentíssima.
O vice-prefeito Dalmo Oberlaender dormia o sono dos justos, quando ouviu barulho na varanda, passando das três e meia da manhã. Meio esfregando os olhos, catou o revólver e foi ver o que estava acontecendo, mas em vez de assaltantes deu de cara com os vereadores que foram buscá-lo para tomar posse. Às 4h30m do dia 13, era o novo prefeito de Niterói. Depois, esse negócio de tirar prefeito, governador ou presidente virou moda. Mas do primeiro impeachment a gente nunca esquece.
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