As escolas municipais de Niterói não atingiram as metas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) para os anos finais do ensino fundamental, apesar de o prefeito ex-petista Rodrigo Neves dizer que a prefeitura tem feito muito pela Educação. A meta do Ideb em 2015 para as turmas de quarta série era de 5,3 pontos, mas as escolas públicas do Município registraram, em média, 5,1 pontos. Para a oitava série, a meta era de 5 pontos, porém a média atingida foi de 4 pontos.
O prefeito Rodrigo Neves reformou o prédio de 25 escolas e construiu três novas. Ao mesmo tempo, relegou o magistério ao segundo plano quando manteve o arrocho salarial da categoria, reajustando o salário dos professores em junho último apenas em 5,5%, índice abaixo da inflação acumulada de 9,56% (Inpc-IBGE). Inaugurada em fevereiro de 2015, a Escola Municipal Dario de Souza Castelo, em Itaipu (foto), marcou 4,9 pontos no Ideb, ficando também abaixo da meta.
Os resultados do Ideb, principal indicador da educação básica no país, demonstram um quadro de disparidades na rede pública municipal quando é feito um recorte da pesquisa em Niterói por bairros. Alunos de escolas da Zona Sul, boa parte deles de classe média, têm bom desempenho; já os da Zona Norte registram os piores índices.
Desta forma, os alunos da quarta série da Escola Julia Cortinez, em Icaraí, fizeram a escola marcar 6,8 pontos em 2015. No bairro do Caramujo, dominado por facções criminosas e esquecido pelo poder público, a Escola José de Anchieta, instalada no Morro do Céu, registrou apenas 3,3 pontos.
Com relação às turmas de oitava série a situação se repetiu. A Honorina de Carvalho, em Pendotiba, fez 4,6 pontos; enquanto a João Brazil, no Morro do Castro, marcou 3,3 pontos.
O Ideb considera o rendimento escolar (aprovação, reprovação e abandono) e o desempenho dos alunos em testes padronizados de português e matemática. Pesquisadores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que a cada dois anos elaboram o Ideb, desde 2007, consideraram na nota técnica da pesquisa deste ano que um sistema que reprova sistematicamente seus estudantes, mas atinge elevadas pontuações nos exames não é o ideal, bem como outro em que todos os alunos concluem o curso, mas aprendem muito pouco na escola.
“O sistema de ensino ideal seria aquele em que todas as crianças e adolescentes tivessem acesso à escola, não desperdiçassem tempo com repetências, não abandonassem a escola precocemente e, ao final de tudo, aprendessem”, conclui a nota do Inep.