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Icaraí não é mais a mesma sem o Steak House, reduto da boemia niteroiense

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Outro lugar que não podia ter desaparecido em Niterói: o Steak House, quartel general da esquerda e reduto da boemia. Frequentado por estudantes e professores, muitos da UFF, jornalistas e por todas as camadas da sociedade niteroiense, era palco de discussões políticas de alto nível. Além disso, a casa tinha um clima de alegria contagiante da casa, sem falar que servia o chope da Brahma mais gelado da cidade, recordista em venda por muitos anos.

O Steak era uma casa simples, refrescada por ventiladores, mas servia uma comida variada, farta, de preço justo. Nos seus áureos tempos, ficava aberto 24 horas, sob o comando do boa praça  e simpático Elton Furrier.

O tradicional restaurante da Gavião Peixoto começou a pegar na década de 70, quando servia às quintas-feiras uma costela com aipim que harmonizava com o chope gelado.

Mais tarde, virou um point  político da esquerda, dividida em duas correntes, a dos brizolistas, na parte de traz; e a dos lulistas na parte da frente. Elas se enfrentavam nas ruas e nas urnas, mas ali conviviam num relaxamento etílico, fazendo confabulações e prognósticos, cada um na defesa de seus candidatos e ideias.

Elton, atrás do pequeno balcão onde ficava o caixa, no meio do salão comprido da casa, assistia a tudo, sem tomar partido. É, com certeza, o guardião de boa parte da história da noite e da madrugada na Zona Sul. Muitas alegres, outras tristes, pitorescas. Todas deixam saudades e trazem recordações. Nessa época as pessoas podiam andar pelas ruas de Icaraí com tranquilidade e sem nenhum risco.

A história mais curiosa que o bom Elton me contou é a de um freguês que entrou no amparado por um par de muletas. Bebeu tudo a que tinha direito, pagou a conta, levantou-se e pegou um táxi. Quando os garçons foram arrumar a mesa, encontraram as bengalas sobre duas cadeiras.

A gozação foi grande. Será que aconteceu um milagre? Ou foi o excesso de loura suada, apelido do chope, que fez o homem esquecer que precisava de apoio para andar? São tempos que não voltam mais, mas depois que passar a tempestade epidêmica vamos brindar à saúde e à vida.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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