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Hospital de Niterói faz cirurgia inédita no Brasil para corrigir arritmia cardíaca

Escrito por Gilson Monteiro às 15:44 do dia 19 de junho de 2024
Sobre: Procedimento inovador
  • Equipe cirúrgica do Hospital Icaraí, Niterói
19jun
A equipe do Hospital Icaraí que participou das primeiras cirurgias de ablação empregando técnica inédita no Brasil

Três pacientes foram submetidos com sucesso, na terça-feira (18), às primeiras cirurgias de fibrilação atrial com ablação por campo pulsado (PFA) realizadas no Brasil. A técnica inovadora realizada pela equipe de Cardiologia do Hospital Icaraí permite o manejo da arritmia cardíaca de forma mais segura e precisa.

Os pacientes – dois homens, um de 45 anos e outro de 62 anos, e uma mulher de 69 anos – receberam alta nesta quarta-feira (19). O procedimento para o tratamento da arritmia cardíaca já vem sendo utilizado na Europa e nos Estados Unidos. No Brasil, as primeiras cirurgias utilizando a técnica foram utilizadas no hospital de Niterói.

“A novidade nesse procedimento é a utilização da ablação por campo pulsado (PFA), uma nova tecnologia aplicada no tratamento por ablação da fibrilação atrial. Trata-se de uma nova forma de energia capaz de gerar lesão da célula responsável pela fibrilação atrial”, explica o doutor Claudio Munhoz, cardiologista do Hospital Icaraí e um dos responsáveis pela cirurgia. 

O procedimento foi realizado pela primeira vez no Brasil, no Hospital Icaraí, com equipe de arritmia composta pelos cardiologistas do próprio hospital, doutores Claudio Munhoz e Nilson Araujo.

“Hoje nós temos a oportunidade de trazer essa tecnologia para a nossa unidade, fazendo com que o Hospital Icaraí tenha uma posição de destaque no cenário nacional no lançamento de novas tecnologias para o manejo de arritmias cardíacas”, afirma.

Segundo o doutor Claudio, a fibrilação atrial é uma arritmia bastante comum no dia a dia da Cardiologia e traz uma série de problemas para o paciente, principalmente sintomas como palpitação, falta de ar, desconforto no peito. Além disso um dos grandes problemas da fibrilação é o fato de a doença ser um importante fator de risco para o acidente vascular cerebral (AVC).

Munhoz explica que, para evitar as complicações que vêm da fibrilação atrial e do AVC, é necessário um tratamento com medicações antiarrítmicas e anticoagulantes, bem como o controle de fatores de risco como hipertensão, diabetes e insuficiência cardíaca.

“Muitos desses pacientes não respondem às medicações antiarrítmicas ou têm efeitos colaterais. Nessas situações, lançamos mão da ablação, que é um procedimento realizado por um eletrofisiologista. Através de um catéter introduzido no corpo pela veia femoral, consegue-se atingir o átrio esquerdo a fim de cauterizá-lo e promover o tratamento da fibrilação”, explica.

O cardiologista acrescenta que a ablação é um procedimento feito há mais de 20 anos no Brasil e com uma ótima taxa de sucesso. Hoje são utilizadas duas tecnologias nesse procedimento: a radiofrequência e a crioenergia. Em ambas as tecnologias é feita uma lesão na célula cardíaca do paciente, ou por calor ou por frio. Desta forma consegue-se eliminar as células do coração causadoras da fibrilação atrial.

“Diferentemente da radiofrequência e da crioenergia, que são as tecnologias usadas habitualmente, a ablação por campo pulsado não é térmica. Ela tem uma seletividade pelas células do coração. Por esta razão a PFA é uma forma de energia que não lesa outras estruturas próximas ao coração, como, por exemplo, o esôfago”, explica o especialista.

Munhoz lembra que, ao fazer a ablação por radiofrequência, é preciso tomar muito cuidado com estruturas adjacentes ao coração e, no caso da crioenergia, pode-se danificar o nervo frênico, que é uma estrutura que passa próximo ao coração.

“A ablação por campo pulsado tem uma seletividade pelo músculo do coração e esse procedimento não lesa nem nervo ou musculatura lisa, no caso do esôfago. Em suma, esse procedimento inovador traz mais segurança na ablação se comparado a outros procedimentos já utilizados. E ademais, essa técnica tem a mesma eficácia das outras energias e o procedimento é mais rápido e seguro”, conclui o cirurgião.

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Gilson Monteiro
Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.
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One thought on “Hospital de Niterói faz cirurgia inédita no Brasil para corrigir arritmia cardíaca

  1. Eu já fiz o procedimento de ablação do átrio em 2021 fiquei bem durante um bom tempo mas nos últimos meses voltei a sentir palpitações e a sensação de coração embolar estou fazendo novos exames para ver se trata com remédio ou tem que fazer outra abração gostaria de conhecer esse hospital que fez esse procedimento em Icaraí

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