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História do doutor em medicina e política que faria 100 anos de vida

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Carlos Antonio da Silva exerceu a medicina e a política com dedicação exemplar em Niterói

Fui ao encontro dessa grande figura que é Pietro Aceta, que dirigiu com competência o Antônio Pedro quando o hospital tinha sua emergência em plena efervescência de atendimentos, mas que hoje está fechada em Niterói. Ele me presenteia com um exemplar de “Figuras e Fatos da Medicina de Niterói”, obra rara do talentoso e saudoso historiador Emmanuel de Macedo Soares.

O livro chegou em boa hora, porque logo na primeira leitura verifiquei que Carlos Antônio da Silva, um doutor que exerceu a medicina e a política com dedicação e de maneira exemplar, completaria neste mês 100 anos de vida.

Vou resumir o seu currículo extenso, formado numa época em que a saúde tinha poucos recursos e o doutor tocava e auscultava mais cada doente, porque não havia exames sofisticados como os de hoje, para dar o diagnóstico com rapidez e precisão.

Carioca, passou a infância em Itaperuna e em Campos. Aos 13 anos chegou a Niterói, onde completou o secundário no Liceu Nilo Peçanha para depois se formar na turma de 1948 da Faculdade de Medicina, que foi federalizada para a UFF. Fez durante três anos o internato médico no Sanatório Azevedo Lima, tendo depois chefiado o serviço de cirurgia torácica. Especializado em tisiopneumologia clínica e cirúrgica, foi trabalhar na rede pública no IAPC, IAPFESP e IAPI, do qual foi superintendente médico.

Coordenou a campanha nacional contra a tuberculose no Estado do Rio de Janeiro e o Serviço Nacional de Fiscalização de Tóxicos e Entorpecentes do Ministério das Relações Exteriores. Fundou o Sindicato dos Médicos de Niterói, presidiu a Seccional da Cruz Vermelha, a Associação Médica Fluminense e a Sociedade Fluminense de Tisiologia. Na rede privada chefiou o primeiro serviço de cirurgia torácica de Niterói, no Santa Cruz, ao lado do amigo e mestre Luís Felipe Judice, referência na cirurgia torácica, onde nos casos mais complexos seus colegas ouvem sua opinião até hoje.

Carlos Antônio chefiou os serviços públicos municipal, estadual e federal, além de ter sido secretário de saúde do Estado do Rio de Janeiro. Atuou na política filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e, após a reforma partidária de 1965, ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB).

Era amigo do ex-governador Roberto Silveira e do ex-presidente Juscelino Kubitscheck. O governador Raimundo Padilha deu seu nome ao antigo Centro de Saúde São Lourenço, em Niterói.

Seu filho, Carlos Antônio da Silva Júnior, é cirurgião dos melhores, conhecido carinhosamente como Catona, orgulhosamente enviou mensagem lembrando o centenário a bonita trajetória de vida do saudoso pai.

A área hospitalar particular que hoje conta com os bem equipados CHN, Rede D’Or e Icaraí, girava em torno do Santa Cruz, que abrigava a nata de médicos e foi pioneiro em muitos procedimentos. Fundado pela colônia portuguesa, o Santa Cruz ficou apenas na memória de sua grandeza contrastando com a imagem de seu prédio se deteriorando a cada dia.

Niterói sempre foi um celeiro de respeitados e excelentes doutores, figurando como uma das cidades do país com o maior número de médicos por habitante.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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