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Grael testa ônibus que Niterói vai comprar para empresas renovarem frota

Escrito por Gilson Monteiro às 14:06 do dia 20 de setembro de 2021
Sobre: Negócio silencioso
  • ônibus elétrico, Niterói
20set

ônibus elétrico, NiteróiO ônibus elétrico modelo Caio Millennium que estava guardado na garagem da Auto Lotação Ingá, em Niterói, saiu hoje (20/09) para sua primeira viagem de teste no corredor expresso da Região Oceânica. De tão silencioso, o veículo quase atropelou uma senhora que não percebeu sua aproximação. A bordo, o prefeito Axel Grael anunciou que será feita  licitação para a compra desses veículos para renovação da frota do transporte urbano e reduzir a poluição ambiental, com zero emissão de carbono.

Não é novidade o anúncio de compra de veículos elétricos pela prefeitura de Niterói para a entrega de 50 deles, em regime de comodato, aos consórcios de ônibus que rodam no município. Antes de o ex-prefeito Rodrigo Neves ser preso em dezembro de 2018, pela Operação Alameda, que investigava pagamento pelas empresas de ônibus de R$ 10,9 milhões em propinas ao chefe do Executivo, a prefeitura abriu em novembro licitação para a compra de ônibus elétricos.

Com a detenção do prefeito, o então presidente da Câmara de Vereadores, Paulo Bagueira (atual vice-prefeito), assumiu o Executivo. Em janeiro de 2019 cancelou a licitação. O preço total estimado dessa compra era de R$ 51.960.000. Enquanto um ônibus convencional custa cerca de R$ 700 mil, um ônibus elétrico sai por R$ 2 milhões. Um preço muito elevado para bancar a pretendida redução de emissão de carbono pela recém-criada Secretaria do Clima de Niterói.

Em maio último, o secretário de Urbanismo e Mobilidade, Renato Barandier, fez uma visita de dois dias (26 e 27/05) à fábrica da montadora chinesa Byd do Brasil, instalada em Campinas. O ônibus elétrico que chegou na semana passada a Niterói deverá passar por dois meses de testes e treinamento de motoristas. A prova será feita por 30 dias por cada um dos dois consórcios que operam na cidade: o Transnit, que cobre a região entre o Centro e as Praias da Baía de Guanabara; e o Transoceânico, que transporta passageiros na Região Oceânica.

No primeiro mês, vai rodar nas linhas 49, 61 e 62. Nos 30 dias seguintes, nas linhas Oceânica 1, 46, 48 e 33. O valor da passagem será o mesmo das linhas regulares. Segundo a Byd do Brasil, a bateria dos elétricos tem autonomia média de 250 quilômetros. Têm também capacidade de reverter a energia cinética em elétrica nos momentos de frenagem, realimentando a bateria.

Com 12,945 metros de comprimento, três portas e lotação para 81 pessoas, os Millennium elétricos têm piso baixo e assentos destinados a pessoas com deficiência e idosos. São equipados com tomadas USB, ar-condicionado, preparação para acesso à internet por wi-fi, monitoramento por câmeras e itinerários eletrônicos em Led, os novos Millennium contam ainda com sistema multiplex, que visa identificar possíveis falhas na parte operacional e elétrica dos veículos.

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Gilson Monteiro
Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.
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5 thoughts on “Grael testa ônibus que Niterói vai comprar para empresas renovarem frota

  1. ATÉ QUANDO A CIDADE VAI DEIXAR UM BUROCRATA DO AMBIENTE E UM SECRETÁRIO INEPTO BRINCAREM DE “TRENZINHO” COM NOSSO DINHEIRO?

    A matéria do Gilson deixou de dar as seguintes informações imprescindíveis para o leitor formar melhor opinião: a) ao mudar a tecnologia de propulsão de apenas 5% da frota de ônibus, que, por sua vez, é em torno de 15% da frota de veículos, o impacto na qualidade do ar é praticamente inexistente; b) o preço do veículo elétrico é pelo menos três vezes o preço do veículo tradicional e o preço da bateria elétrica representa 60% do preço total do veículo; c) a bateria só tem ATÉ 8 anos de vida útil mas os fabricantes não dão garantia e a Fetranspor já considerou temerária a compra de veículos elétricos sem que a vida útil anunciada para as baterias seja garantida (e o que é temerário para o empresário de transporte tem que ser temerário também para o contribuinte); d) somos nós, contribuintes, que bancaremos o secretário de mobilidade brincar de “trenzinho”, enquanto sua promessa de tirar carros das ruas e aumentar a participação dos ônibus e catamarãs com o projeto do Corredor Transoceânico continuará não cumprida; e) no edital de licitação dos ônibus de 2012, a aquisição da frota cabia às empresas e não ao contribuinte, assim, se o município passar a financiar a frota, deverá abrir a caixa-preta das planilhas para que haja o devido ressarcimento ao contribuinte; f) a perícia da UFRJ na CPI dos ônibus de 2013 provou que foi considerado 99% a mais da frota projetada por Lerner para o projeto básico da licitação, portanto, não há necessidade de financiamento público para que as empresas renovem apenas 5% da frota com veículos elétricos. Enfim, quando é que a sociedade, as instituições, os partidos políticos, os cidadãos e o Ministério Público vão começar a pensar em exigir competência, coerência, estudos de viabilidade e resultados desse secretário de mobilidade inepto e desse burocrata do ambiente que se anuncia ambientalista? Eles não podem continuar usando recursos públicos penas para fazer cenas marqueteiras midiáticas, enquanto a realidade é muito diferente. Já não foi bastante o fiasco do Corredor Transoceânico com duas canaletas exclusivas para ônibus e uma estação de catamarã ociosas por quase meio bilhão de reais? Esse projeto para sair do papel exige ser demonstrada sua eficácia para a melhoria da qualidade ambiental, sua viabilidade econômico-financeira considerando os riscos e os custo da bateria elétrica e a caixa-preta das tarifas.

  2. Com o preço dos combustíveis super autos, e a economia que vai fazer com o abastecimento será que será repassado para as passagens.

    1. Uma pena que numa época de pandemia, com enormes problemas de infraestrutura na cidade (alagamentos em diversas ruas dos bairros), o Prefeito com visão certamente eleitoreira, ousa usar recursos públicos investindo em “obrigações” dos empresários de manter uma frota eficaz para atender a população.
      Mais uma vez, somos enganados pelos políticos, que ao invés de determinar o cumprimento da legislação pelos empresários, aplicam nossos escassos recursos favorecendo as empresas.

  3. Acho que seria necessário esclarecer como se dará essa renovação da frota local. Que eu saiba compete somente às empresas a renovação de suas respectivas frotas de serviço. Se será o município de Niterói que irá comprar os veículos, quem pagará essa conta, seria o cidadão?
    A exploração do serviço precisará ser muito bem esclarecida para a população.

  4. Ainda que o futuro exigirá a adoção de ônibus não poluentes, não tem sentido a Prefeitura gastar uma fortuna agora para antecipar a entrada em circulação destes ônibus.

    Isto pode ser feito de forma gradativa, a medida em que a frota for sendo renovada.

    Na REGIÃO OCEÂNICA o mais racional, e barato, é colocar TODOS os ônibus, inclusive os intermunicipais, a rodar em MÃO INGLESA pelo corredor expresso.

    Esta solução é a que foi adotada, com êxito, no principal corredor expresso de Buenos Aires.

    Será um alívio no trânsito, com consequente redução de emissão de CO² e dos tempos de viagem, maior conforto para os usuários e intensa utilização de um investimento milhonário.

    O custo de implantação/adaptação dos corredores é irrisório para o Municipio se comparado ao de aquisição da frota de ônibus elétricos.

    O benefício à população será imediato e ainda permitirá a utilização da verba destinada a compra dos novos ônibus para outras necessidades da Cidade de Niterói.

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