Grael sem muito tempo para decidir sobre reeleição à prefeitura de Niterói

Axel Grael não tem muito tempo para decidir se vai querer continuar na carreira política ou escolher viver al mare com o sobrenome da família que, merecidamente, e com esforço, vem conquistando há décadas as maiores láureas e ouros do esporte da vela no Brasil e no mundo. Este ano, com um orçamento de R$ 5,8 bilhões e mais do que isto em 2024, Grael precisa fazer mais por Niterói.

Se Grael fizer a opção de continuar na vida pública, já perdeu 25 meses administrando com o staff amigo de Rodrigo Neves. Até aqui, a máquina e a dinheirama funcionaram ou agiram com a única preocupação e objetivo de tentar levar o seu antecessor ao Palácio Guanabara.

Com essa atitude arriscada (de trabalhar pelo futuro político de Rodrigo), Grael sacrificou, e muito, seu perfil de administrador. Ele já quitou o débito de gratidão por todos os gestos e apoios políticos que tenha recebido do correligionário pedetista para eleger-se prefeito em 2020.

Agora, se optar em não velejar pela enseada de São Francisco, terá que urgentemente fazer um governo que a população considere como seu, com gente competente, qualificada, séria e principalmente de sua livre escolha, em secretarias chaves e de suma importância, como as de Saúde e Educação, que vêm sendo pessimamente conduzidas. Na primeira falta tudo, até remédios, e na outra merenda escolar.

Axel vai encontrar dificuldades porque, há anos, órgãos importantes e com verbas polpudas estão entregues a grupos políticos ligados mais a Rodrigo, que querem continuar mandando e indicando os nomes de chefias chave.

O prefeito anunciou mudanças no secretariado a partir de janeiro, onde seriam também trocados os titulares daquelas duas pastas, mas encontrou reação de Rodrigo Neves e dos deputados Chico D’Ângelo e Waldeck Carneiro. Até agora, continua tudo como dantes.

Axel precisa logo se unir a pessoas influentes da política niteroiense, formadores de opinião, e buscar nomes na UFF, a inteligência da cidade, para formar uma equipe de gente técnica e capacitada.

É preciso logo abrir o jogo com o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, para definir seu futuro partidário, como candidato à reeleição, já que Rodrigo tem manifestado o desejo de voltar à Prefeitura e ao PT.

O prefeito tem a Câmara Municipal nas mãos com uma boa base de sustentação, usando o poder de barganha tradicional do toma-lá-dá-cá, com a maioria dos vereadores indicando os ocupantes das secretarias regionais, as quais não têm nenhuma estrutura para funcionar, a não ser a função de abrigar um bando de cabos eleitorais comissionados que só aparecem no fim do mês na boca do caixa. Em troca, os vereadores aprovam todas as mensagens do executivo e recusam todas as contrárias, como a convocação do secretário Rodrigo Oliveira, que teria muito a explicar em face do caos na saúde.

É preciso Axel ter uma conversa ao pé do ouvido com cada um desses chamados representantes do povo para saber quem vai continuar do seu lado nas próximas eleições. Não parece tarefa muito difícil, já que o prefeito tem o poder da caneta com dois anos de tinta, a chave do cofre bilionário dos royalties do petróleo e a máquina administrativa e de obras.

Outro dia por curiosidade perguntei a um garçom da Região Oceânica quem era o prefeito de Niterói e ele me respondeu que não sabia, já num outro bar na Zona Norte a resposta foi que era Rodrigo.

A cidade de Niterói, por não ter televisão, rádio com noticiário local nem jornais de grande circulação vive à mercê dos veículos cariocas que dão ênfase ao noticiário sensacionalista e policialesco. Por isso, muita gente fica sujeita a essas desinformações.

Acho que está na hora de o prefeito Axel Grael mandar um Instituto de pesquisa avaliar seus dois anos de governo, para ele sentir qual o seu prestígio entre o eleitorado e ver para que lado sopra o vento. Ainda dá tempo de colocar o barco no rumo certo, navegando com uma tripulação de sua confiança num mar de almirante e de realizações até as próximas eleições.