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Gentil Moreira, 92, fundador da Beira Mar, uma vida de cordialidade e simpatia

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A colônia portuguesa e a cidade de Niterói perderam uma figura que se destacava pela simpatia, cordialidade, elegância. Gentil Moreira de Souza, 92 anos, faleceu nesta segunda-feira (19/07), em casa, deixando uma história de muita luta, trabalho, conquistas e o seu maior xodó: a Confeitaria Beira Mar, que fundou há 47 anos.

Há 71 anos, Gentil chegou a Niterói, vindo de Arouca, uma pequena cidade ao Norte de Portugal. Era alfaiate e pretendia continuar aqui na profissão. Com nove anos de Brasil, trocou a tesoura, o tropical inglês e os cortes de roupa masculina pela farinha de trigo importada e o calor dos fornos à lenha da primeira padaria que comprou no Centro de Niterói.

Gentil viajou 21 dias de navio, trazendo na mala muitos moldes e a esperança de mostrar seu talhe exclusivo aos brasileiros. Na verdade, o alfaiate costurou foi um grande e produtivo negócio na então Rua Moreira César.

Em 1974, depois de ter cinco padarias na cidade, em sociedade com os irmãos, comprou sozinho a Beira Mar, no coração de Icaraí. Eram 12 empregados, hoje são 300. Todos os dias ia à confeitaria cumprimentar os funcionários e bater papo com os fregueses.

Com a visão aguçada de quem bota linha no buraco da agulha, viu que aquele ponto estratégico de Icaraí poderia atrair gente o dia todo. Implantou o sistema de atendimento self service, com café da manhã, almoço, lanche e jantar.

Outra tacada de mestre: trouxe logo para ser seus braços direito e esquerdo a filha Maria Célia. Ela passou a fazer cursos com grandes mestres da pâtisserie em Paris, trazendo receitas incríveis e deliciosas, de doces, biscoitos e pães, que fazem a Beira Mar ser imbatível no ramo, no Rio de Janeiro.

O comendador Gentil Moreira, título concedido pelo governo português, com a alma impregnada pela doçura, escreveu quatro livros de poesia, que falam desde sua infância até os dias atuais. Participou da fundação ou teve atuação destacada em todos os movimentos lusos da cidade, no Clube Português, na Beneficência Portuguesa e na Banda Portuguesa.

Deixa a esposa Clarice e dois filhos, o respeitado médico clínico Eduardo Gentil e Maria Célia, sua sucessora no negócio, três netos dois bisnetos.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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