A Prefeitura de Niterói está gastando R$ 3,250 milhões com dois hotéis, um no Centro e outro no Ingá, dizendo que é para abrigar pessoas em situação de rua durante a pandemia do Covid-19. O que se vê nas ruas, porém, é o trabalho voluntário de muita gente solidária que voluntariamente e sem nenhuma marquetagem, distribui lanches, sopas e cobertores aos moradores de rua. Estes, por sua vez, reclamam que durante o dia a Clin leva para o lixo os colchões, papelões e cobertores que usam para dormir debaixo de marquises.
Na quarta-feira à noite, um músico, 32 anos, com a mulher e o tio, ao lado de mais dois desamparados, dormiram na porta da agência do Banco Itaú na Rua Dr Paulo Alves, no Ingá, a 80 metros do Hotel São Francisco de Icaraí, arrendado R$ 1,368 milhão pela Secretaria de Assistência Social para disponibilizar 33 quartos para 80 hóspedes, por seis meses.
Com seu violão, a mulher, o tio e um cachorro, o músico disse que tinham ido ao Centro de Referência Especializado para População de Rua (Crepop), mas não foram sequer atendidos por uma assistente social.
A família desabrigada estava vivendo pelas ruas do Centro. Quando foram informados que haveria vaga para eles no hotel do Ingá. Depois de ficar sem atendimento no Crepop, resolveram seguir assim mesmo até o Hotel São Francisco de Icaraí, na tentativa de arrumar hospedagem. Como nada conseguiram, o jeito foi dormir na calçada, ao relento.
Solidariedade voluntária é o que funciona
O que está faltando é transparência, ninguém sabe qual o critério para se conseguir uma vaga nesses dois hotéis alugados pela prefeitura. O que se observa é muito marketing político e pouca ação prática de uma Secretaria de Assistência Social inchada de servidores.
Em Niterói muitos grupos voluntários dão apoio às pessoas em situação de rua. Leila Siqueira escreveu em comentário feito à notícia da Coluna sobre o aluguel do hotel do Ingá, que a prefeitura deveria “fazer o que nós voluntários estamos fazendo diariamente: distribuição de umas 200 quentinhas, água potável, máscaras e álcool gel, remédios, roupas, cobertores e tudo o que eles necessitam de imediato para terem uma sobrevida nas ruas”.
Carolina Borges oferece o número de seu WhatsApp (21 99323-8371) para um contato com outros grupos que também desenvolvem esse trabalho social voluntário, “para que se possa revezar melhor e intercalar os dias de distribuição de refeições para pessoas nessas condições de rua”.
Rossana Miama fala sobre o Projeto Barulho do Bem, do qual participa para não deixar morrer de fome e frio os necessitados. “Eles estão por todos os lados e o número vai aumentar. Não estão ali por opção e sim porque a vida não está ajudando”, diz Rossana.
não esqueçam que é ano de eleição.Fingem que estão preocupados com a população O prefeito, ex presidiário, não conhece a cidade que administra. Deixando de fora a Praia de Icaraí, a cidade é um lixo só; fede. Se não fosse o grupo de voluntarios do Ingá, a população de rua, morreria de fome. Para completar, nesta semana teve a agressão gratuita a um ambulante deficiente, Detalhe: os policiais apanharam os panos de chão e colocaram no carro da viatura. Para onde levaram ?
Quando a prefeitura gasta 130 reais por dia, durante 6 meses, para abrigar 150 pessoas em situação de rua, a gritaria é generalizada! Então, o que deve ser feito? Há alguma solução que não custe dinheiro?
As eleições municipais estão chegando. Onde estão as ideias para mudar o quadro? Distribuir quentinhas diariamente não vai resolver o problema, apenas atenuar um pouco a angústia de quem está na rua.
Desafio os jornalistas desta coluna e os leitores que aqui comentam que comecem a propor soluções práticas para os problemas da cidade. Só vejo “tacação” de pedra, mas nenhuma ideia sensata. Seguem algumas sugestões (nada absurdas):
Sugestão 1: aumentar a arrecadação de impostos locais anulando isenções e benefícios fiscais de empresas e de grandes magnatas (ISS, IPTU, etc).
Sugestão 2: fazer valer a Constituição e desapropriar sem indenização propriedades ociosas, seja quem for o dono!
Sugestão 3: usar estes imóveis para fomentar a atividade comercial dos bairros (pequenos empreendimentos) e como área para construção de moradias populares.
Sugestão 4: implantar um sério programa habitacional em parceria com construtoras privadas, de preferência locais, empregando trabalhadores da construção civil, preferencialmente moradores da cidade, que trabalharão na construção de suas próprias residências. Gera-se emprego ao mesmo tempo que oferece-se habitação digna para muitos.
Sugestão 5: usar os recursos públicos, oriundos do aumento da tributação de quem pode pagar impostos, para humanizar os diversos bairros da cidade, oferecendo aos moradores serviços de creches públicas, opções de lazer e cultura, e transporte adequado. Mobilidade urbana para a cidade toda, não só para os bairros da classe média.
Quero ver ideias, pois a repetição do chororô de sempre já está ficando monótona.
É exatamente sobre isso que a Prefeitura de Niterói deveria se manifestar. Gastando vultuosas quantias públicas sem qualquer vínculo com uma eficaz política pública de promoção social! Os hotéis vazios porque não condizem com as necessidades de quem deveria estar abrigado e os caminhões passando diariamente e recolhendo todos os pertences dos moradores de rua como se fosse LIXO! Ninguém na prefeitura de Niterói respeita a dignidade e os direitos das pessoas em situação de rua. Querem varrê-los para debaixo dos tapetes. E quem efetivamente está ajudando a população nessa pandemia são os voluntários que, com coração partido de ver as pessoas passando necessidades, fazem rifas, vaquinhas, bazares, e distribuem diariamente o que podem para auxiliar as pessoas que passam fome e frio.
Estou muito feliz de vocês terem se preocupado em conhecer a realidade das pessoas em vc situação de rua . É bem verdade que isso já não é de hoje porém o momento se faz urgente porque estamos num período de frio e propício para doenças . Falam de hotel porém vão falam as exigências. Verdade que vivemos uma cruel realidade. Não vou aceitar nunca que leguem as “coisinhas “ deles e joguem num caminhão. O Projeto Barulho do Bem não vai ficar assistindo de braços cruzados . Lutamos para conseguir uma autorização para poder distribuir as quentinhas no período de lockdown conseguimos então não vamos deixá-los ao Deus dará . Obrigada , não podemos fazer de conta que nada está acontecendo . Seguimos com o nosso lema : aqui ninguém morrerá de fome nem de frio.