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Explosão em banco de leite fere um funcionário do Antonio Pedro

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O leite é pasteurizado a temperatura de 65 graus antes de ser resfriado e estocado no Huap

Uma explosão no banco de leite do Hospital Universitário Antonio Pedro (Huap), em Niterói, causou ferimentos em um funcionário da equipe de manutenção nesta segunda-feira (28/03). Há uma semana um elevador despencou com passageiros, entre eles duas médicas, causando um grande susto. Os acidentes seguidos mostram o estado a que chegou o hospital desde que passou a ser gerido, há seis anos, pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), dizem funcionários do Huap.

O servidor ferido sofreu queimaduras no braço e no rosto quando tentava reparar o bico de gás utilizado no processo de pasteurização do leite humano. O problema começou no local onde é feita a pasteurização do leite e uma labareda subiu de maneira incontrolável. Segundo os funcionários do Huap, o problema com o bico de gás ocorre há três anos. “Em 2019 ocorreu o primeiro acidente, saiu labareda e fogo e não conseguíamos apagar, ultimamente quando isto acontece  chamamos o pessoal da manutenção; vem engenheiro, mas só fazem um paliativo e a gente volta a trabalhar de novo”, contou uma funcionária.

O Banco Professora Heloisa Helena Laxe de Paula funciona desde 2003 no Huap, com apoio da Associação dos Colaboradores (ACHUAP). Todo o leite recebido é destinando à sua UTI neonatal. No primeiro semestre de 2020, a média foi de 40 doadoras de leite humano por mês, totalizando um estoque de 220,9 litros recebidos. Desses, 35,1 litros foram distribuídos para 43 receptores.

Quando vem da doação, o leite humano tem que passar por um processo de seleção antes de ser enviado aos bebês. É a chamada pasteurização, que elimina 99,9% de vírus e bactérias. No site da Ebserh, a técnica em nutrição do HUAP, Marcia Regina, explica que o leite deve estar dentro do prazo de validade de 15 dias, além de ter a embalagem intacta. A cor deve ser branca, amarelada ou verde clara. Qualquer um com tonalidade marrom ou com alguma sujidade precisa ser descartado, pois pode conter sangue ou medicação. O leite deve sair da casa da doadora congelado e chegar ao banco de leite da mesma forma, quando vai a 40 graus de temperatura e é feita a checagem sensorial.

– Após essa primeira análise, coletamos 5ml de cada vidro e três amostras para checar acidez e teor de gordura do leite. Passando por isso, trocamos para um vidro específico de pasteurização, que contém uma etiqueta com informações sobre volume, validade, caloria e acidez. O leite passa, então, pelo choque térmico: primeiro vai a 65 graus de temperatura e depois a 5 graus. Por fim, colhemos 4ml de amostra de cada leite, colocamos no tubinho do meio de cultivo e deixamos por 48h na estufa. Após esse tempo, caso tenha alguma contaminação, será desprezado. Caso não tenha, vai para o freezer dos pasteurizados. Só aí está pronto para ser utilizado –, afirma Marcia.

O tempo que o leite pode ficar armazenado após o processo de pasteurização é de seis meses. Após esse período, deve ser descartado. No entanto, como a demanda da UTI neonatal é grande, nunca sobra a este ponto. O que pode acontecer é faltar, em algumas épocas, quando tem pouca doação.

Em nota, a assessoria de comunicação da Ebserh diz que, pela manhã, foi feita uma manutenção na linha de gás onde é feita a pasteurização no Banco de Leite do Huap.  Ao terminar o serviço, um funcionário de empresa terceirizada fez o teste para avaliar se o bico de bunsen estava funcionando corretamente. Nesse momento, a labareda do bico entrou em contato com a mangueira e houve o rompimento dessa mangueira, “causando uma pequena combustão, com um estampido e uma chama inesperada”.

A nota da Ebserh acrescenta o seguinte: “O incidente levou à queimadura do braço do funcionário terceirizado, que foi prontamente atendido no HUAP, liberado para casa e passa bem. O próprio funcionário da empresa imediatamente conteve a chama. O Hospital Universitário Antônio Pedro ressalta que a manutenção é feita de forma periódica, sendo a última realizada no dia 7 de fevereiro. O incidente não foi causado por um problema no bico de bunsen. O HUAP acrescenta que o local não precisou ser isolado, porém, como medida de segurança e para checar se houve algum dano, o processo de pasteurização está paralisado até a elaboração de um parecer técnico pelo setor responsável, a fim de avaliar a possibilidade de ser retomado o mais breve possível.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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