O ex-procurador Geral do Estado do Rio de Janeiro, Leonardo Espíndola, foi homenageado por um grupo de advogados, tendo à frente Celio Junger, no restaurante Vila Melgaço, no Niterói Shopping, por seu desprendimento e coragem de se afastar do alto cargo para não cumprir uma determinação do governador Luiz Fernando Pezão, que a seu ver contrariava normas jurídicas e princípios éticos.
Num ambiente alegre e descontraído, o ex-presidente da OAB Reynaldo Beirute falou em nome dos colegas, enaltecendo as qualidades de Leonardo, que “soube com dignidade exercer a Chefia da Casa Civil e depois a Procuradoria Geral do Estado, sem mudar seu comportamento ético e moral, agindo sempre como um verdadeiro servidor, imbuído nos melhores propósitos e preocupado com a causa pública, serve de exemplo para as novas gerações”.
O ex-procurador geral disse que se sentia em casa, com a presença de seu pai Francisco e de tantos amigos da família, alguns que lhe viram criança, e disse “estar feliz com esse gesto de carinho e lembrança, afirmando que sempre procurou cumprir com o dever de procurador de carreira, desempenhando todas as missões importantes que lhe foram confiadas, com o melhor propósito de ser útil a causa pública do Estado do Rio de Janeiro”.
Não sei se as “honras” são justas, pois não conheço o dito cujo, mas, analisando o contexto, algumas coisas me causam estranheza: “suas atitudes servem de exemplo para FUTURAS gerações”; só para as futuras? Porque não para seus colegas do judiciário no PRESENTE? Se suas atitudes foram mesmo coerentes com a ética e em prol do bem-comum (verdadeiro objetivo desta coisa chamada ‘ética’), por que seus pares não seguem seu exemplo? A coisa tá toda tão errada, que quando alguém surge fazendo o simples e o certo (assumindo que o fez mesmo), fogos de artifício são disparados, como se festejando algo raríssimo de ocorrer. Aplaudir a ética mas não colocá-la em prática na vida cotidiana é mau-caratismo, e quem solta fogos de artifício quando está diante de atitudes éticas é porque não está habituado com elas. E não está habituado só por causa dos outros, ou a verdadeira ética nos causa estranheza e desconforto intimamente?