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Enquanto Grael faz festa em Niterói, mãe só consegue médico para a filha no Rio

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Hospital Infantil Getulinho, no Fonseca, não atendeu criança que mandou para o Souza Aguiar, no Rio

Enquanto o prefeito Axel Grael vistoriava os preparativos para a festa do réveillon de Niterói, uma mãe peregrinava na última sexta-feira (29) por Jurujuba, Piratininga e Fonseca em busca de atendimento de urgência para a filha de dois anos e seis meses.

Em meio ao espoucar dos fogos, a saúde dá xabu. Às vésperas da virada do ano, a rede pública de Niterói estava sem médico para atender a menina que sufocava com uma bala de chiclete enfiada na narina. Ela só conseguiu atendimento no Rio, a 27 quilômetros de casa.

Jenina Julia, que mora em Jurujuba, nem tentou atendimento para a filha no posto de saúde do bairro. Lá, desde que a menina nasceu, Jenina não encontra médico na unidade local. Seguiu levando Alicia no colo para o Mário Monteiro, em Piratininga, chegando às 18h de sexta-feira.

Disseram que naquela unidade de pronto atendimento – como está escrito na fachada – não havia médico e as mandaram para o Hospital Infantil Getulinho, no Fonseca. A filha também não foi atendida, e a mãe foi orientada a procurar o Souza Aguiar, no Centro do Rio. Lá do outro lado da ponte, um médico de plantão retirou com uma pinça a bala de chiclete que obstruía a narina da menina.

O prefeito Grael, que não mediu exageros para comemorar a festa da virada em Icaraí, a qual – acreditem – ele diz ter tido um público de 250 mil pessoas (metade da população de Niterói), só quer saber de viajar e promover festas. Enquanto isso, a população sofre nos postos de saúde e nos hospitais, onde falta até remédio.

Ninguém é contra festa nem shows musicais. Mas o contribuinte niteroiense quer ver seu dinheiro retornar em atendimento médico. Neste ano eleitoral que se inicia, o prefeito Axel Grael tem a obrigação de vir a público explicar onde está gastando a arrecadação bilionária de Niterói (R$ 5,4 bilhões).

Com tantos bilhões arrecadados em royalties do petróleo e com o IPTU que já virou o ano bombando, Niterói poderia ter uma rede de saúde de primeira linha. Mas não. Sequer tem um pronto-socorro municipal decente. Seu hospital infantil, o Getulinho, é administrado por uma organização social que, somente em dezembro, recebeu R$ 4,7 milhões, de um total de R$ 65,2 milhões já reservados para a renovação do contrato com o Instituto Ideias.

Na semana passada o governo federal enviou R$ 10 milhões para Niterói reforçar a Atenção Especializada à Saúde. Isto aconteceu depois de a prefeitura aprovar na Câmara de Vereadores o orçamento de 2024 que corta R$ 80 milhões da pasta, em relação a 2023.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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