A Enel está massificando uma campanha de consumo consciente para tentar convencer os consumidores a economizar energia elétrica nesse período de dias muito quentes. Acreditem: a Enel diz para não se exagerar no uso do ar-condicionado, para desligar o ventilador quando sair do cômodo e não abrir muito a geladeira…
Isto todo mundo está cansado de saber. A concessionária, no entanto, não diz porque teria deixado de fazer a manutenção periódica de sua rede de distribuição, o que hoje causa a falta de luz em praticamente toda Niterói.
A rede está com conexões azinhavradas, com falta de espaçadores e cabos de cobre oxidados a ponto de criar oscilações no fornecimento da energia alternada aos consumidores. Além da falta de luz, isto causa danos aos equipamentos elétricos da clientela.
A Enel deixa o consumidor no escuro, mas não fica sem receber pelo péssimo serviço prestado, já que tem garantida a taxa mínima atualizada pela Resolução 1000/2021, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Se em 27 dias o consumidor de energia trifásica, por exemplo, utilizar menos de 100 kWh, ele deve pagar pelos quilowatts não consumidos. Na conta de luz a empresa cobra isto como “Custo de Disponibilidade de Energia Elétrica”.
A justificativa para esta cobrança, segundo a Aneel, é permitir as concessionárias de energia aplicarem o resultado em investimentos nas suas redes distribuidoras. A Enel, porém, estaria utilizando esses recursos para o fechamento da folha de pagamento de pessoal. Sem falar na remessa de dividendos que faz para a Itália. A Enel é uma empresa de economia mista controlada pelo Estado italiano, que detém 23,6% de seu capital.
Um respeitado engenheiro que passou a vida toda trabalhando na antiga Cerj, depois transformada na Ampla e hoje Enel, acha muito estranha a campanha de consumo consciente que a Enel vem fazendo. Acrescenta que, com esse calor absurdo, o consumo de energia aumenta muito e a rede de distribuição da Enel pode colapsar, já que a concessionária, há anos, não faz manutenção nem investimentos.
Diz que basta olhar para cima e ver os cabos esticados de um poste a outro com espaçadores de média tensão quebrados por todos os lados. O espaçador é fundamental para evitar que um fio encoste no outro quando cai um galho de árvore ou com um vento mais forte, e entre em curto.
Outro fator crucial é que a empresa demitiu 36% de seus empregados, principalmente eletricistas experientes e capacitados, terceirizando os serviços das áreas técnicas. Contrataram empresas sem experiência e com equipes reduzidas, aumentando consideravelmente o tempo de atendimento emergencial da falta de energia. A Enel mantinha equipes de plantão para atender qualquer emergência que fugisse da rotina, mas elas também foram cortadas.
Com a mudança da sede de São Domingos, em Niterói, para um luxuoso prédio no Porto Maravilha, no Rio, os chefes das áreas técnicas ficam confortavelmente na frente de computadores, longe dos problemas e das reclamações dos clientes, deixando para as empresas contratadas toda a responsabilidade pelos serviços da empresa.
As dicas da Enel para economizar energia já são velhas conhecidas dos consumidores sempre preocupados com as altíssimas contas no fim do mês. A nós só resta rezar para não faltar luz em nossas casas ou empresas.
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