Um animado almoço reuniu no Praia Clube São Francisco descendentes de imigrantes que vieram do Sul da Itália para trabalhar em Niterói como engraxates, sapateiros e jornaleiros. O encontro realizado a cada três meses serve para manter acesa a bonita história de vida e de trabalho dos ancestrais que deixaram exemplos memoráveis na ex-capital fluminense.
Fugindo à regra da mamma, no lugar de massas foi servida uma suculenta feijoada. Sob a liderança contagiante e imbatível de Pietro Accetta, o encontro efusivo dos carcamanos niteroienses reuniu amigos e antigos vizinhos que se revezavam em mesas espalhadas pelo salão em bate-papos descontraídos, com o falatório em voz alta lembrando a terra dos tenores.
O maior contingente na tarde de confraternização era de amigos da Vila Pereira Carneiro. Lembraram da figura do antigo morador e grande pintor italiano Francisco Coculilo, que retratou muito bem em suas telas os recantos inconfundíveis da cidade que serve hoje de memória e para mostrar a beleza visual do passado em Niterói.
Não poderia faltar o brinde à vida e à amizade com as tacinhas de liquore Limoncello, produzido artesanalmente pela família Di Mango.
Quando essa primeira geração de italianos chegou das regiões da Campagnia e da Calábria, no fim do século XIX, foi estabelecendo suas atividades no Centro de Niterói e moradias em casas próximos do trabalho, nas cercanias da Ponta D’Areia.
Muita gente ainda lembra dos poucos engraxates com suas cadeiras montadas em recuos da Rua Coronel Gomes Machado, Rua da Conceição e Praça Martim Afonso, onde os pisantes andavam com os sapatos de couro brilhando nos bicos.
E os sapateiros, em pequenos espaços, verdadeiros artistas, que além de trocarem os saltos e a famosa meia sola, também costuravam e pintavam dando um colorido especial deixando os calçados novinhos em folha.
Já os jornaleiros tiveram papel preponderante em suas bancas, numa época em que os jornais e revistas tinham grandes tiragens e foram importantes para a formação cultural de muitas gerações, além da Livraria do Sebo fundada por um conterrâneo.
Apesar da pouca instrução é de se ressaltar a preocupação desses pioneiros italianos e das mulheres donas de casa empenhados na educação de seus filhos. A grande maioria fazia o primário nos colégios públicos Raul Vidal e Pinto Lima, cursando depois o ginásio e o científico no Plinio Leite, onde o fundador concedia bolsas de estudos.
Essa visão e sacrifício renderam bons frutos formando gerações de médicos, engenheiros, professores, advogados, empresários, juízes, promotores, defensores públicos, economistas, odontologistas e jornalistas que vêm se destacando em suas atividades em todas as épocas.
São sobrenomes conhecidos e familiarizados na cidade, os quais, assim como os patriarcas, merecem o reconhecimento eterno pelo espírito de congraçamento com os brasileiros e enorme contribuição ao desenvolvimento da terra de Arariboia. Salve Accetta, Mônaco, Petraglia, Latempa, Pirrone, Chinelli, Marzullo, Siciliano, Donato, Marasco, Rozina, D’Andrea, Corbo, Comunale, Di Mango, Masullo, Polito, Sagesse, Cuozzo, Vairo, Cerasoulo, Alessandro e Polizzo.
Tutti buona gente.
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