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Emusa e Translar no banco dos réus

Escrito por Gilson Monteiro às 14:10 do dia 7 de abril de 2017
Sobre:
07abr

Empregados da Translar cobram pagamentos atrasados durante protesto na porta da Prefeitura de Niterói

Um dos donos da Translar, empresa que há mais de dez anos terceiriza mão de obra para a prefeitura de Niterói, inclusive com contratos renovados pelo prefeito Rodrigo Neves, e mais José Roberto Mocarzel, ex-presidente da empresa municipal Emusa, foram acusados pelo Ministério Público por formarem uma organização criminosa que fraudava licitações e prorrogava contratos com termos aditivos que teriam rendido mais de R$ 371 milhões, segundo cálculos preliminares do MP, que também pediu uma perícia contábil para apurar o prejuízo aos cofres públicos.

O MP havia pedido a prisão preventiva dos réus, mas a juíza Daniela Barbosa Assumpção de Souza, da 1ª Vara Criminal, decidiu que eles devam se apresentar a cada dois meses em Juízo, ficando também proibidos de integrar órgãos da prefeitura ou de com ela contratarem serviços.

Poucos dias antes de a juíza aceitar a denúncia do MP, os funcionários da Translar ocupados em serviços da Emusa e da Secretaria de Conservação (Seconser) foram transferidos para outra terceirizadora, a Contek Comércio e Serviço de Instalação e Equipamentos e continuaram trabalhando vestindo a camisa da prefeitura de Niterói, como noticiou a coluna. Todos foram reunidos em um galpão da prefeitura na Ponta d’Areia para serem comunicados da transferência, mas até hoje não receberam seus direitos trabalhistas devidos pela Translar.

Na quarta-feira (05/04) agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do MP fizeram buscas autorizadas pelo juízo em Niterói, Angra dos Reis e Rio de Janeiro, em endereços de Mocarzel e do dono da Translar, Ronaldo Faria Abdala. Entre os demais denunciados por associação criminosa para a prática de crime previsto na Lei 8.666/93 (Lei de Licitações) e responsabilidade de funcionários públicos, estão José Carlos da Rocha Luiz, Kleber da Silva Soares, Helio Thompson e Julio Pinheiro Carvalho Filho, responsáveis por organizar e legitimar a simulação das disputas e formalizar as diversas prorrogações com o propósito de eternizar a contratação da Translar junto ao Município.

Segundo o MP, o esquema consistia na contratação sistemática pelo Poder Público da empresa Translar Serviços Hospitalares e Auxilares Ltda, ao longo de mais de uma década, para contratação de mão de obra terceirizada para serviços administrativos, e não só ligados à área de saúde. A contratação era feita por meio de licitação fraudada com o auxílio de um grupo de empresas sem relevância no mercado. Os sócios dessas empresas também foram denunciados pelo MP.

De acordo com a denúncia, a Translar pertence a Ronaldo Abdala, denunciado por corrupção passiva e associação criminosa. Após vencer licitação, cujas concorrentes eram empresas sem condições de participação, a Translar obteve sucessivas e indevidas prorrogações de contratos com a Emusa. As renovações não atendiam as normas previstas na Lei de Licitações e ao interesse o público, segundo o documento. Alguns contratos tiveram aumento de até 109,52%, sem justificativa plausível. Cálculos preliminares apuram que a Translar teria cumulado, desde 2007, contratos que somam R$ 371,5 milhões.

O ponto de partida das investigações foi o pregão de nº 002/07, processo Emusa nº 510/0916/2007 e seus termos aditivos, do qual participaram as empresas  Rotac Construtora e Empreendimentos, Translar Serviços Hospitalares e Auxiliares, Arkitec Brasil Serviços de Manutenção Predial, Moppclean Serviços de Limpeza, Coral Administração e Serviços e Cael Arquitetura e Construções.  Ficou comprovado que as mesmas possuem vínculos entre as sociedades empresárias, alguns baseados em laços familiares. A maioria não tinha condições de participar do certame seja por utilização de documentos fraudados ou por incapacidade técnica.

Segundo o MP, “a posição de monopolista no fornecimento de mão de obra para o serviço público da cidade serviu não só aos setores da administração municipal, como também ao Poder Legislativo. Há suspeita de que vereadores teriam cotas de funcionários indicados para trabalhar na Emusa, sendo admitidos pela Translar”.

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Gilson Monteiro
Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.
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10 thoughts on “Emusa e Translar no banco dos réus

  1. Boa tarde Gilson
    Muito bom o seu esclarecimento
    Fui dispensada desde Dezembro e até agora não fui recebi meu FGTS, atrasados e a multa dos 40% uma vergonha pra quem sempre se dedicou ia completar 7 anos pela tercerizada Translar
    Na Subsecretária de Rios e Canais
    Um absurdo que fazem com trabalhador
    Enquanto tem um monte de sem vergonha ganhando muito bem sem fazer nada.
    Quem trabalha tem q ficar implorando ajuda e que eles paguem o que é nosso direito

  2. Parabéns Gilson Monteiro por informar aos niteroienses as verdades que não são divulgadas pela mídia impressa comprometida com o poder político.

  3. Bruno, gostei muito do seu desabafo.
    isso mesmo temos que reenvidicar nossos direitos, ainda mais trabalhados para o Governo.

  4. Os trabalhadores que foram mandados embora da translar, alguns foram contratados pela ecomix e logo em seguida foram demitidos também. Eu por exeplo fui demitido da translar sem aviso prévio dés do mês 08/2016 e até agora não recebi a rescisão. A translar está devendo a mim e aos outros coloboradores que também passaram a mesma situação do que eu.

  5. Carta ao Prefeito de Niterói Sr. Rodrigo Neves . Olá Sr. Prefeito, meu nome Bruno Souza de Carvalho ,talvez o Sr. Não me conheça mas trabalhei para prefeitura de Niterói durante 7anos ,fui operador de trânsito e de baixo de sol e de chuva com todas as dificuldades de se trabalhar no trânsito de Niterói ,por muitas vezes me arrisquei em meio aos veículos ,ajudando no dia a dia da população .Durante esses anos tente ser o melhor em que fazia ,e tenho por mim q dei sempre o meu melhor, evitei muitos acidentes ajudei no resgate de muitas pessoas fiz o meu papel dei meu sangue e meu suor por essa população que tanto necessita de atenção ,e me orgulho muito disso tudo, pois sempre foi um prazer para mim e para muitos que trabalham no trânsito irão concordar comigo .E com muitos de meus amigos que deram sangue e suor como eu fomos dispensados de nossos serviços no final do ano passado, na verdade posso até ser mais específico ,fomos “trocados ” no em dezembro do ano passado ,até hoje não recebemos dá empresa Translar nossos direitos que durante anos contribuímos e fomos descontados oque é nosso por direito, nossas carteiras ainda nem deram baixa dificultando pai de famílias de conseguir um emprego de carteira assinada ,o sindicato que era pra estar do nosso lado está sendo conivente com essa pouca vergonha estão fazendo reuniões com as Reunião com as pessoas ,e dizem o tempo todo para abrirmos mão dos 40 % e dá multa rescisória , meu FGTS que era descontado todo mês faltam 22 meses pendentes a serem depositado é eles dizem q não tem de onde tirar dinheiro para pagar todos os funcionários ,não só os que foram mandados embora ,também os que migraram para Ecomix a nova empresa que ganhou a licitação .Gostaria de Saber quem vai se responsabilizar por essa conta ,quem vai pagar minhas contas ,quem vai botar comida no prato de meu filho , isso que estão fazendo com a gente é uma tremenda covardia ,estamos de saco cheio de sermos enganados estamos cansados de ser roubados e prejudicados ,Quando isso vai acabar ,onde vamos parar. Estou aqui pedindo socorro ,estou aqui pra lutar pelos meus e pelos nossos direitos.

    1. Bom dia Sr. Bruno…O sindicato não está fazendo reuniões, estão sendo realizadas audiências na Ação Coletiva proposta pelo sindicato, conforme amplamente noticiado, inclusive com a participação do Ministério Público do Trabalho, caso queira mais informações, o jurídico do sindicato está disponível para lhe prestar informações ou o sr. Pode se dirigir diretamente a vara do trabalho onde está em trâmite o processo. Att

    2. Olá Bruno estou na mesma situação que vc, fui manda embora em 01/12/16 e até agora não recebi iria completar 7 anos em Maio
      Trabalha com auxiliar administrativo na Subsecretária de Rios e Canais
      Um grande absurdo que estão fazendo com os trabalhadores enquanto um monte de sem vergonha ganhando muito bem sem fazer nada.

    3. Ola Bruno, estou na mesma situação que vocês se encontram sendo que no mês de agosto meu Subsecretário de transporte reuniu todos os 08 funcionários da empresa Translar que pertencem ao setor da empresa Nittrans que o contrato da empresa translar teria terminado. Sendo que o Subsecretário conseguiu 04 vagas na nova empresa e 04 vagas em outra empresa sendo que eu funcionário Marcos, Telma, Angela, Paula iríamos para Ecomix e os outros funcionários Josenildo, Stefani ,Tatiane,Marta iriam para a empresa de nome Local.
      Os funcionários que foram para a empresa Local não conseguiram assinar a ctps pois encontravam em aberta pela Translar foi quando me dirigi ao RH da Nititrans perguntei se não tinha problema em assinar a minha ctps pois tinha 13 anos assinado pela Empresa translar la fui informado que não tinha nada a ver com a minha demissão receberia todos os meus direitos. Outra coisa muito importante em momento nenhum fui comunicado que para ser substituído teria que fazer acordo mas surpreso ainda fiquei quando chegou as folhas de ponto na minha mão para entregar aos outros funcionários descobrir que o contrato da empresa Translar ainda vigorava dentro da Nititrans para alguns funcionários inclusive para os outros 04 funcionários que trabalhavam no mesmo setor que eu. Mas surpreso fiquei quando chegou no ultimo dia utíl do mês de novembro recebi um telefonema da funcionária responsável que não precisaria mas do meu trabalho pois o contrato da Empresa Translar tinha terminado com a Nttrans. Mas surpreso fiquei quando respondi para a funcionária que eu não pertencia mas a Translar fui surpreendido quando fiquei sabendo que fui substituído por outro funcionário que tinha sido demitido da Translar a qual pertence a lista dos demitidos.
      Quanto a Empresa Translar referente ao FGTS faltam 32 meses a serem depositados.
      Obs;motivo este que estão querendo fazer comigo esta covardia de me tirarem o direito de 40 por cento do FGTS , aviso prévio e seguro desemprego por um erro entre Nititrans e Translar quanto ao Sindicato uma decepção muito grande ainda mas sabendo que o Presidente do Sindicato foi nomeado a Subsecretário de governo no dia 15 /02/2017.

    4. contrata o quanto antes um bom advogado! A empresa tem dinheiro de sobra para paga-los. Foram milhões de reais recebidos pela Prefeitura por muitos anos!! abs

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