A questão do ano letivo pode ser flexibilizada, pois, segundo ressalta Luiza, o calendário escolar é uma convenção. “O ano não termina com as provas; quando uma escola abre em pleno novembro ou dezembro é preciso que se compreenda que o ano letivo está começando”, diz Luiza Sassi. Leia, em seguida, as ponderações da diretora pedagógica do colégio Gay-Lussac:
O Brasil precisa sair do discurso e transformar em prática concreta o valor que quer atribuir à educação. Portanto quando a lei determina que Educação é um direito subjetivo entende-se que nem os pais podem decidir se as crianças devem ou não ter educação. Educação é um direito que precisa ser garantido pelo Estado e isso revela o seu valor e sua importância.
Deixo claro aqui que sou completamente a favor da Ciência, dos pesquisadores, da Fiocruz, da comissão de saúde de nossa prefeitura e todos os órgãos legítimos que devem nos proteger. Eu não me sinto confortável quando não especialistas querem dar pareceres sobre a Educação, por isso não me sinto confortável de ir contra as decisões dos órgãos de saúde. E nunca o farei. Só gostaria de entender como leiga a justificativa de a Educação não ser considerada serviço essencial.
Sob o ponto de vista educacional eu me sinto legitimada a dizer: não é uma bobagem retornar agora a escola. O ano letivo escolar é uma convenção e como tal deve ser tratado assim. O ano não termina com as provas. Todas as vezes que o aluno vai à escola ele aprende. Aprende conceitos, aprende a estar em um espaço social importantíssimo para sua formação de SER no mundo. Quando uma escola abre em pleno novembro ou dezembro é preciso que se compreenda que o ano letivo está “começando” no sentido de permitir que as crianças e jovens possam SER entre eles. A ausência e o distanciamento nessa idade trazem efeitos impactantes em todos.
Por isso é preciso entender que ESCOLA É MUITO MAIS!!!!
A Espanha, a Alemanha, a Inglaterra fecharam as escolas na primeira fase da pandemia e depois, na segunda onda, os números pioraram. Esses países fecharam na segunda onda os restaurantes, os bares, festas, cursos, missas e cultos e as Escolas ficaram abertas.
Então, por que não fazemos o mesmo? Educação precisa ser vista como essencial. A propósito, onde estão as crianças enquanto a escola está fechada?
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