Já que não pode decretar feriado, a Coluna estende o tapete vermelho — com direito a rendas e bordados — para a matriarca portuguesa Henriqueta Henriques. Ela chegou ainda jovem a Niterói e, com mãos habilidosas e alma generosa, ajudou a erguer a Gruta de Santo Antônio, que hoje celebra seus 48 anos como verdadeiro recanto da culinária lusitana.
Henriqueta trouxe na bagagem as receitas aprendidas com a mãe em Alcobaça, mas também o talento de modista. Por aqui, costurou sonhos em forma de vestidos de noiva, de debutantes e tailleurs, que encantavam pelo corte impecável e pelos rendados da moda europeia — uma elegância que se via de longe.
Foi em Niterói que conheceu o conterrâneo Augusto Henriques, chef de mãos cheias e coração largo. Juntos, abriram em 1977 a Gruta de Santo Antônio, no bairro da Ponta D’Areia, reduto de lusitanos e hoje referência nacional quando o assunto é bacalhau.
São décadas de luta, sacrifício e trabalho dessa mulher encantadora, que aos 86 anos ainda carrega no olhar a chama da juventude. No começo, dividia as horas entre a máquina de costura e o fogão, ao lado do marido Agostinho, preparando uma comida caseira simples — mas de dar água na boca. Tive o privilégio de saborear esses pratos com os companheiros de O Fluminense, e posso dizer: era como comer em casa, só que melhor.
Com a repentina partida do marido, dona Henriqueta buscou forças em Santo Antônio para seguir adiante. Assumiu o restaurante, manteve vivo o projeto do saudoso Agostinho e ainda introduziu novos pratos portugueses no cardápio. Tudo isso enquanto criava com dignidade os filhos Alexandre e Marcelo.
Adolescentes à época, os dois perceberam que a mãe precisava de apoio. Grudaram no avental dela e formaram um trio imbatível em torno da boa mesa. Marcelo, o mais novo, assumiu a parte administrativa e financeira, cuidando dos mínimos detalhes para que o cliente fosse sempre bem atendido. Alexandre mergulhou na ecogastronomia, estudou com os melhores chefs no Brasil e no exterior, e tornou-se um nome respeitado na cozinha contemporânea.
Com sua experiência e criatividade, Alexandre Henriques trouxe ao cardápio da Gruta criações arrojadas, de forte influência mediterrânea, sem jamais abandonar a tradição que o viu nascer.
Quem entra no restaurante da Rua Silva Jardim, de fachada violeta, encontra um ambiente acolhedor, que mesmo com os salões cheios, lembra casa de família. Dona Henriqueta, com seu sorriso simpático, ainda vai de mesa em mesa agradecer quem saboreia seus pratos feitos com amor.
A terra de Arariboia é que agradece a Alcobaça por ter enviado esse presente: dona Henriqueta, mulher extraordinária que, desde que chegou, continua a espalhar alegria e prazer à mesa dos brasileiros.
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