A crise que corroeu as finanças do governo do Rio de Janeiro atinge em cheio instituições beneficentes que fazem o trabalho do Estado na assistência socioeducativa de pessoas com deficiência. Sem ver um tostão estadual este ano, a Associação dos Colaboradores de Amigos dos Pacientes Especiais (Acape), que funciona desde 2003 em uma casa alugada no Trevo de Piratininga, na Região Oceânica de Niterói, já teve até a água cortada e seus diretores se desdobram para não interromper o tratamento dos jovens carentes abrigados pela instituição.
Há cinco meses, a Fundação para a Infância e Adolescência (FIA) não repassa a verba estadual para o atendimento de 29 jovens especiais. Paulo Sá, diretor da Acape, disse que na semana passada Águas de Niterói cortou o fornecimento de água, por atraso nas contas. A concessionária ao conhecer a real situação da instituição beneficente, normalizou o fornecimento e vai parcelar o débito anterior.
A própria FIA é uma das seis fundações estaduais ameaçadas de extinção pelo governo do Rio de Janeiro, segundo proposta do governador Pezão para conter despesas e otimizar a gestão estatal. A Assembleia Legislativa rejeitou esse projeto no fim do ano passado, mas o governador em exercício, Francisco Dornelles, voltou a propor a medida à Alerj este mês.
Fundada em 2003 por um grupo de amigos, a Acape é uma instituição que merece todo apoio pelo trabalho fantástico que realiza no acolhimento e assistência de jovens com déficit intelectivo. Através de oficinas terapêuticas e de lazer assistidos, busca a humanização do tratamento em saúde mental, promovendo a reinserção familiar e a inclusão social das pessoas com deficiência.
A Acape está instalada na Avenida 12, casa 1, Trevo de Piratininga, fone 2619-2230, e tem também a página ACAPE Niterói no Facebook.