Os 120 quilômetros que separam pelo mar a praia de Itaipu, na Região Oceânica de Niterói, da praia do Abraão, na Ilha Grande, foram percorridos, esta semana, pela dupla Luiza Perin e Rayssa Ribeiro, a primeira professora e a segunda remadora da escola Itaipu Surf Hoe. O percurso foi feito de canoa havaiana em 17 horas. Enquanto uma descansava no barco de apoio, a outra remava (veja o vídeo).
Elas saíram às 18h de segunda (24/04) da praia de Itapu, com ventos e correntes a favor. Quando amanheceu, depois de percorrerem todo o litoral da cidade do Rio de Janeiro, chegaram a Barra de Guaratiba, seguindo ao longo da restinga da Marambaia até, no dia seguinte, aportar às 11h na praia do Abraão.
Esta foi a quarta travessia Niterói-Ilha Grande feita por Luiza, que há cinco anos fundou a escola de formação de remadores Itaipu Surf Hoe. Ela já foi de canoa às Ilhas Cagarras em dezenas de vezes desde quando começou a remar em 2005.
Sua paixão pelo esporte e pelo que essas viagens proporcionam estão descritas por ela no blog “Vou de canoa”:
“De quase todo o litoral do Rio de Janeiro e Niterói é possível ver um maravilhoso arquipélago localizado a apenas seis quilômetros da famosa Praia de Ipanema, no Rio: as Ilhas Cagarras. Este arquipélago abriga um verdadeiro ninhal de aves marinhas como gaivotas, atobás, mergulhões, trinta-réis e outros mais, além de uma riquíssima biodiversidade subaquática.
Já fui de canoa até as Ilhas Cagarras incontáveis vezes desde que comecei a remar, em 2005, e não canso de admirar sua imponência e beleza quando chego perto delas. Curioso é que, há dez anos, também nunca me canso de admirá-las de longe quando vejo sua silhueta cinzenta no horizonte, e por isto sempre me sinto motivada a voltar para encontrar mais respostas sobre sua natureza. A medida que vamos chegando perto da ilha, o cinza vai dando lugar ao verde da vegetação e ao ocre da pedra. A cada quilômetro vencido é possível ir decifrando, aos poucos, suas cores e formas. Palmeiras e aves vão se revelando. Texturas e relevos também. Este é um dos maravilhosos sentimentos de descoberta quando “Vou de Canoa” até qualquer ilha…”