Cyber-vigaristas já estariam oferecendo doses de vacina contra Covid-19 pela internet. O alerta é feito pelo Procon de São Paulo, que identificou ontem (05/01), um site chamado Farmácia 24 horas, já retirado do ar, que estaria anunciando a venda de um suposto imunizante contra a virose. Dez caixas com dez doses eram vendidas por R$ 98.
O Procon paulista destaca que nenhuma vacina contra o novo Sars-CoV-2 recebeu o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser usada no Brasil, seja pelo Sistema Único de Saúde (SUS), seja por clínicas médicas particulares ou farmácias.
O golpe maior contra os consumidores não seria a venda de uma vacina que não existe. A vítima poderia sofrer perdas maiores, pois os golpistas exigiam o preenchimento de um cadastro, com nome completo, endereço e cartão de crédito.
Para Guilherme Farid, chefe de gabinete do Procon-SP, o número de tentativas de golpe deve aumentar após a liberação do uso de vacinas pela Anvisa. “É uma publicidade que apela para o medo, para a saúde do consumidor, em um momento delicado que o país e o mundo estão atravessando”, afirma.
Anvisa orienta clínicas a fazerem monitoramento de vacinados
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou hoje (6), em Brasília, uma nota técnica sobre o acompanhamento de efeitos adversos em quem se vacina em clínicas privadas.
Segundo a Anvisa, a nota técnica é válida para qualquer vacina, mas logo na introdução do documento a agência destaca o desenvolvimento célere de tratamentos e vacinas para covid-19 como principal desafio sanitário que motivou a publicação.
O documento foi publicado dois dias depois de a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC), que representa o setor privado, confirmar a negociação para a compra de 5 milhões de doses de uma vacina contra covid-19 produzida na Índia.
A busca do setor privado pela compra de vacina contra a covid-19 causou polêmica devido ao receio de que a rede privada de saúde possa ter um imunizante disponível antes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Pelo texto da nota técnica, “as autoridades sanitárias e os serviços de saúde devem prezar pelo monitoramento destes medicamentos para verificar a sua segurança e efetividade, principalmente no que tange a vacinas, as quais têm o potencial de serem utilizadas em larga escala para a imunização de toda a população brasileira”.
Nas orientações às clínicas privadas, a Anvisa frisa que, para cumprir a legislação, todos os estabelecimentos devem criar um Núcleo de Segurança do Paciente (NSP), visando acompanhar todos os vacinados e monitorar quaisquer incidentes e efeitos adversos após a vacinação.