Corpus Christi não é feriado em Niterói, mas prefeitura tem ponto facultativo

Corpus Christi, que este ano cai no dia 08/06, não é feriado em Niterói. O comércio funciona normalmente, mas os bancos ficam fechados na quinta-feira, reabrindo na sexta (09). As repartições públicas, como acontece todo ano, não darão expediente, já que o prefeito Axel Grael decretou ponto facultativo para os servidores (exceto nos serviços essenciais). 

O tradicional tapete de Corpus Christi começará a ser confeccionado pelos fiéis católicos a partir das 7h da quinta-feira (8), na Avenida Amaral Peixoto (que será interditada ao trânsito. As paróquias do Vicariato Niterói contarão com 20 toneladas de sal, além de pó de café, pó de serra e xadrez para produzirem os tapetes. As 16h, num palco em frente à Câmara de Vereadores, o bispo auxiliar Dom Geraldo de Paula vai celebrar missa, seguida de procissão até as barcas.

Em São Gonçalo, onde o dia de Corpus Christi é feriado municipal, os fiéis vão produzir 240 tapetes no trecho da Rua Coronel Moreira Cesar, no Zé Garoto, até a Rua Nilo Peçanha, na altura do Clube Mauá, no centro da cidade.  Às 16h, após a apresentação de bandas católicas, o arcebispo de Niterói, Dom José Francisco, celebrará a santa missa, seguida pela procissão com o Santíssimo Sacramento.

Feriados municipais

O Dia de Corpus Christi nunca foi feriado em Niterói, pois a Deliberação 1.903, de 13/11/1953, em vigor, considera feriados municipais a Sexta-Feira Santa, o dia de São João (24 de junho), e o Dia de Finados (2 de novembro).

Desde 2021, o dia do aniversário de Niterói (22 de novembro), deixou de ser feriado, segundo o artigo 3° da Lei 3.511, de 09 de junho de 2020. Em São Gonçalo, o decreto 135/67 estabeleceu os seguintes feriados: Sexta-Feira da Paixão, Corpus Christi, 22 de setembro (aniversário do município) e Finados (2 de novembro).

As instituições bancárias seguem o art 6° da Resolução 4.880 (23/12/20), do Conselho Monetário Nacional que não considera dias úteis, para fins de operações praticadas no mercado financeiro, os sábados, domingos e feriados de âmbito nacional, bem como a segunda e a terça de Carnaval e o dia dedicado a Corpus Christi.

Apesar de ser celebrado em quase todas as localidades brasileiras, o Corpus Christi não é oficialmente um feriado nacional. Segundo a Portaria do Ministério da Economia n° 11.090, de 27 de dezembro de 2022, que estabeleceu todos os feriados nacionais a serem cumpridos em 2023, a data religiosa é marcada como “ponto facultativo”.

Corpus Christi deixou de ser incluído na Deliberação municipal de 1953 porque Niterói, como os demais municípios, poderia decretar apenas quatro feriados. Como em junho Niterói já festeja no dia 24/06 o seu padroeiro, São João Batista, a data religiosa não integrou a relação dos feriados municipais da cidade.

Origem da Celebração

Segundo lembra a Arquidiocese de Niterói, a celebração de Corpus Christi teve origem em 1243, em Liège, na Bélgica, quando a freira Juliana de Cornion teria tido visões de Cristo demonstrando-lhe desejo de que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque. Em 1264, o Papa Urbano IV através da Bula Papal “Trasnsiturus de hoc mundo”, estendeu a festa para toda a Igreja, pedindo a São Tomás de Aquino que preparasse as leituras e textos litúrgicos que, até hoje, são usados durante a celebração. Compôs o hino “Lauda Sion Salvatorem” (Louva, ó Sião, o Salvador), ainda hoje usado e cantado nas liturgias do dia pelos mais de 400 mil sacerdotes nos cinco continentes.

A procissão com a Hóstia consagrada conduzida em um ostensório é datada de 1274. Foi na época barroca, contudo, que ela se tornou um grande cortejo de ação de graças.

A festa no Brasil

No Brasil, a festa passou a integrar o calendário religioso de Brasília, em 1961, quando uma pequena procissão saiu da Igreja de madeira de Santo Antônio e seguiu até a Igrejinha de Nossa Senhora de Fátima. A tradição de enfeitar as ruas surgiu em Ouro Preto, cidade histórica do interior de Minas Gerais.

A celebração de Corpus Christi consta de uma missa, procissão e adoração ao Santíssimo Sacramento. A procissão lembra a caminhada do povo de Deus, que é peregrino, em busca da Terra Prometida. No Antigo Testamento esse povo foi alimentado com maná, no deserto. Hoje, ele é alimentado com o próprio Corpo de Cristo. Durante a Missa o celebrante consagra duas hóstias: uma é consumida e a outra, apresentada aos fiéis para adoração. Essa hóstia permanece no meio da comunidade, como sinal da presença de Cristo vivo no coração de sua Igreja.