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Contestada licitação da Transoceânica

Escrito por Gilson Monteiro às 16:06 do dia 31 de agosto de 2017
Sobre: Estações do BHS
31ago

Estação do Engenho do Mato construída na primeira licitação da Transoceânica que deixou outras onze fora da concorrência, agora contratadas por R$ 36 milhões

A exigência de que o vencedor da licitação para construção de onze estações de ônibus do BHS na Transoceânica já tenha construído, no mínimo, cinco delas em corredores de BRT está sendo questionada por empreiteiras. A SAS Engenharia requereu a impugnação do edital lançado pela prefeitura de Niterói, que deverá gastar mais R$ 36 milhões, fazendo passar dos R$ 420 milhões o valor final do corredor expresso de 9,3 quilômetros ligando o Engenho do Mato, na Região Oceânica, a Charitas, na Zona Sul de Niterói.

A restrição da concorrência a empresas que não tenham em seu portfólio a construção de estações de transferência de passageiros em corredores de BusRapid Transit – BRT, provavelmente poderá beneficiar empresas envolvidas na Operação Lava Jato e em denúncia de pagamento de propinas ao Tribunal de Contas do Município do Rio (TCM), como a Odebrecht e a Carioca Engenharia.

As duas integram dois consórcios construtores das Transcarioca e Transbrasil, no Rio de Janeiro. A primeira via expressa tem 39 quilômetros de extensão e 45 estações entre a Barra da Tijuca (Terminal Alvorada) e o aeroporto do Galeão. A segunda forma um corredor de 23 quilômetros entre os bairros do Caju e Deodoro, e tem um total de 16 estações de BRT.

Em Niterói, a Carioca Engenharia participa do Consórcio Transoceânico, que constrói 9,3 quilômetros de corredor expresso entre o Engenho do Mato e Charitas, incluindo o túnel de 1,3 quilômetros e duas estações de BHS. Ela forma consórcio com a Constran, empresa de Ricardo Pessoa, condenado a oito anos de reclusão pela Lava Jato.

“A restrição da exigência é tão absurda que uma empresa que tenha feito, por exemplo, a estrutura metálica do estádio do Maracanã, algo com dimensões e complexidades de engenharia muito superiores do que uma simples estação, não possa participar da concorrência aberta pela prefeitura de Niterói”, reclama a SAS Engenharia.

Limitar a licitação a somente aqueles que já executaram obras de BRT “é restringir o caráter competitório e isonômico que reveste primordialmente o certame, afastando potenciais competidores que realizaram obras de características semelhantes, como estações modais de transporte”, afirma a SAS Engenharia no requerimento de impugnação da licitação das estações da Transoceânica.

Orçada em R$ 310,94 milhões, em setembro de 2014, a Transoceânica que deveria ter sido inaugurada no final do ano passado, três anos e sete aditivos depois de iniciada a obra, com o custo elevado para R$ 384,8 milhões, vai passar dos R$ 420 milhões, com mais R$ 36 milhões previstos para a execução do projeto de onze estações de embarque do corredor BHS (duas foram construídas, uma no Engenho do Mato e outra em Charitas, dentro da primeira licitação).

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Gilson Monteiro
Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.
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3 thoughts on “Contestada licitação da Transoceânica

  1. O Poder Executivo (na figura do Prefeito seja lá qual for seu nome) NÃO TEM AUTONOMIA para realizar tais obras, a tais condições, apenas por conta própria. Tudo deve ser revisado, aprovado e fiscalizado pelos outros dois poderes, Legislativo e Judiciário. Se há essa esculhambação toda, TODOS OS TRÊS PODERES estão envolvidos “até a tampa” com isso, e a responsabilidade deve cair sobre todos. É muito mais fácil escolher o prefeito para Judas, pois dentre todos os responsáveis, é o único do qual se sabe alguma coisa (inclusive seu endereço residencial). Os outros todos são co-autores anônimos, e sempre escapam ilesos, perpetuando assim seus legados de imundice contra a cidade e sua população. Se não sabemos quem são os inimigos, como podemos derrotá-los? Tirar só o prefeito não adianta, pois quando vier o próximo, os outros, sempre escondidinhos, vão continuar com as mesmas práticas.

  2. E todo esse transtorno apenas para ligar a Região Oceânica a Charitas. Obra inútil até que seja implementada barca por preço popular (me acordem quando isso acontecer).

  3. Tem alguma coisa podre no reino da Dinamarca. Parece até que essas estações do BRT serão obras de grande complexidade técnica! Francamente esses pessoal a cada dia que passa, perde qualquer senso de pudor ou de vergonha na cara. Depois ainda querem que a população acredite nesses gestores políticos.

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