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Contaminada pela Covid-19, como recuperar a economia de Niterói?

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Com a economia contaminada pelo Covid-19, Niterói viu sucumbir negócios tradicionais na cidade. O comércio lojista que já enfrentava crise econômica nacional, cerrou de vez muitas portas. No primeiro semestre foram demitidos 7.702 trabalhadores.

Os setores terciário e de serviços (menos 3,8 mil postos de trabalho este ano) foram os que mais sofreram com a pandemia. Bem antes, a indústria naval já tinha ido a pique. Mas a exploração de petróleo a 170 milhas náuticas da orla niteroiense rendeu a Niterói, nos últimos quatro anos, R$ 3,396 bilhões em royalties. Segundo registros da Secretaria do Tesouro Nacional, apenas 35% desses recursos foram aplicados por Niterói em investimento público.

Como a Prefeitura poderá trabalhar para recuperar a economia de Niterói afetada pela Covid-19? A Coluna perguntou aos seis candidatos de partidos com representação no Congresso Nacional. Conheça abaixo as respostas de cada um, pela ordem alfabética:

ALLAN LYRA (PTC) – 36

Niterói é uma das cidades com maior potencial econômico do Estado do Rio de Janeiro, principalmente nos setores naval e pesqueiro. A cidade tem capacidade para se desenvolver economicamente! Infelizmente, a atual gestão preferiu colocar a cidade nas páginas policiais, em vez de colocá-la em um alto patamar de desenvolvimento econômico e social.

Nosso comércio, por exemplo, sofreu e ainda sofre com as consequências da pandemia do COVID-19, pois o município deixou de lado aqueles que geram riquezas e desenvolvimento para a cidade de Niterói, tratando-os como criminosos. Por isso, é muito importante que nesse momento possamos conceder incentivos tributários e desburocratizar a máquina, buscando dar competitividade ao setor e permitindo a geração de empregos. Outra ideia é atrair novos investimentos no setor hoteleiro, com atração de bandeiras hoteleiras internacionais, por meio de redução de alíquotas de ISS, e impulsionar a já citada indústria naval e a atividade pesqueira. Revitalizaremos o entorno do Mercado São Pedro, transformando o maior mercado pesqueiro do Brasil em um polo turístico e gastronômico de Niterói.

 

AXEL GRAEL (PDT) – 12

A pergunta enviada ao candidato no dia 03/11, através de sua assessoria de imprensa, não foi respondida até a hora da publicação deste post.

 

DEULER DA ROCHA (PSL) – 17

Infelizmente, como reflexo da pandemia provocada pela Covid-19, Niterói, assim como todo o estado, viveu no primeiro semestre de 2020 uma das suas maiores crises de desemprego. A última edição do CAGED de julho mostra que houve mais de oito mil postos de emprego formal fechados em Niterói em 2020, representando quase o dobro em relação a São Gonçalo.

Vamos criar um centro de oportunidades onde o cidadão possa acessar de maneira centralizada todos os serviços da política de trabalho e renda para uma melhor oferta de serviços e interação da população com a pasta, facilitando ainda o acesso aos cursos de qualificação e futuramente a unidade SINE. Faremos a implantação de plataforma online de serviços digitais de emprego e renda,  uma estação digital do trabalho, que busca promover o encontro entre competências disponíveis e buscadas no mercado de trabalho, a partir de uma plataforma online, que filtra as informações por inteligência artificial, possibilitando total conectividade entre os setores empresarial, profissionalizante, público e sociedade. Teremos uma política de reciclagem pautada pelo apoio ao estabelecimento de cooperativa destinadas a recepção de resíduos cujo resultado da manipulação e destinação se reverta em benefício dos cooperados envolvidos na cadeia respectiva (catadores, manipuladores, transportadores, e empresários do ramo).

 

FELIPE PEIXOTO (PSD) – 55

Niterói perdeu dez mil postos de trabalho na pandemia, sendo o segundo pior índice do estado após a capital. Vamos ampliar as ações que possam ajudar na geração de empregos, como a criação da Agência de Desenvolvimento de Niterói (Agenit), para fomentar os negócios oferecendo empréstimos a juros baixos e proporcionando um planejamento estratégico com acompanhamento estatístico permanente dos setores de comércio, indústria e serviços em geral no município.

Eu e o meu vice Bruno Lessa temos como missão levar emprego para todas as famílias. Tanto que assinamos um termo de compromisso com o comércio de Niterói para reafirmar que iremos manter todas as políticas de apoio ao comércio e a indústria adotadas durante a pandemia. Mas diferente da atual gestão, vamos além, usando o dinheiro dos royalties em projetos que beneficiem diretamente a população. Importante destacar o moderno Centro de Convenções que iremos construir na região central da cidade, com toda a infraestrutura periférica necessária, como rede hoteleira e polo gastronômico. E para isso o nosso governo vai montar uma força-tarefa para buscar até parcerias público-privada.

FLÁVIO SERAFINI (PSOL) – 50

A pandemia agravou a crise econômica de Niterói. Porém, com a arrecadação dos royalties, a Prefeitura pode enfrentá-la. Estenderemos o auxílio emergencial até o fim de 2021 e implantaremos uma Política de Renda Básica para reduzir desigualdades e movimentar a economia. Criaremos uma moeda social para fortalecer o comércio. Prorrogaremos o Empresa Cidadã até haver vacina, para assegurar empregos, e lançaremos programa de crédito para micro e pequenas empresas já que o Supera Niterói fracassou. 

Um plano de obras vai gerar postos de trabalho: vamos construir 20 escolas; ciclovias seguras; vamos gerar 2.000 empregos verdes/ano; faremos obras de saneamento e recuperação de rios e lagoas. Niterói tem menos de 4% de coleta seletiva, vamos ampliar para 50% no primeiro ano estimulando cooperativas de catadores. Criaremos a Fundação Municipal de Fomento à Pesquisa e ao Desenvolvimento Tecnológico para apoiar a produção de conhecimento e fomentar pesquisas que se transformem em novos arranjos, especialmente tecnológicos. Fortaleceremos a economia criativa, o cooperativismo e a economia solidária. Regulamentaremos trabalhadores informais e criaremos o Mercado Popular próximo ao Terminal João Goulart.

 

JULIANA BENICIO (NOVO) – 30

Niterói, nos últimos 4 anos, até 2019, ocupou o 4º lugar dentre os municípios que mais perderam postos de trabalho no Estado. Na pandemia, a situação se agravou, passamos a ser o 2º município do Estado que mais perdeu postos de trabalho. Sendo assim, teremos que dar prioridade para recuperação econômica, com ações articuladas em diferentes frentes de ação.

Essas ações devem estar focadas em reduzir e derrubar regulações desnecessárias e simplificar processos burocráticos. Deste modo, Niterói poderá proporcionar um ambiente hospitaleiro na atração e manutenção de empreendimentos, proporcionando criação e distribuição de riqueza, oportunidades de trabalho, além de bens e serviços mais acessíveis.

Um ponto importante e de relativa rápida implementação, refere-se à Simplificação, Transparência e Desburocratização dos serviços prestados pela administração pública às empresas, desde a abertura e alvarás de funcionamento até os serviços de apoio e obrigações legais e de fiscalização.

A redução de tributos é um importante meio para aquecer a oferta, para tanto vamos nivelar o ISS de todas as atividades de serviço da cidade para a alíquota mínima de 2%. Isso desafogara muitas atividades da cidade. Também, em um cenário pós crise temos que olhar com atenção para a informalidade. Vamos acolher o comerciante informal, permitindo que ele atue de forma segura e ordenada.

Amanhã (08/11): Vacina vai chegar, mas eleitor quer saber como saúde pode melhorar em Niterói.

 

Gilberto Fontes

Repórter do cotidiano iniciou na Tribuna da Imprensa, depois atuou nos jornais O Dia, O Fluminense (onde foi chefe de reportagem e editor), Jornal do Brasil e O Globo (como editor da Rio e dos Jornais de Bairro). É autor do livro “50 anos de vida – Uma história de amor” (sobre a Pestalozzi), além de editar livros de outros autores da cidade.

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