Niterói, com 129,3 quilômetros quadrados de área, cinco universidades e dezenas de faculdades, dispõe de um celeiro de personalidades nas mais diversas atividades e profissões, que se destacam mundo afora, como Cláudio Valério Teixeira, restaurador, artista plástico e crítico de arte. Ele está aproveitando o recesso forçado pintando aquarelas para a exposição “Da minha janela”, que pretende fazer ainda este ano.
Cláudio Valério levou um susto porque, no penúltimo dia de liberdade nas ruas, pegou um catamarã na Praça XV para Charitas. Durante a viagem sentiu que estava em um frigorífico, de tão gelado que estava o ar refrigerado. Pediu a um marujo para elevar a temperatura, mas não foi atendido.
Não deu outra. No dia seguinte, gripado, ligou para Agnaldo Zagne, o verdadeiro médico de família que conhece o corpo dos seus clientes, por dentro e por fora.
O competente e experiente clínico enviou imediatamente um pedido de Raios X online, com a recomendação de que Cláudio Valério, por prudência, não fosse a nenhuma emergência de hospital.
O resultado revelou leve pneumonia e o doutor passou uma receita de antibiótico, que debelou a infecção.
Apesar de filho do grande mestre da pintura, Oswaldo Teixeira. Cláudio Valério resolveu ser violonista clássico, Mas aos 17 anos, quando ingressou na Escola de Belas Artes, encontrou sua verdadeira vocação artística, que já estava no sangue.
Vários prédios tombados foram restaurados sob coordenação de Cláudio Valério, dentre eles o Teatro Municipal João Caetano, o Solar do Jambeiro, o Palácio Arariboia, a Igreja de São Lourenço, a Capela de São Pedro (no Maruí). Todos bens que fazem parte do acervo arquitetônico e histórico de Niterói.
Professor de Belas Artes da UFRJ, ex-secretário de Cultura de Niterói, membro do Comitê Brasileiro e Internacional de Críticos de Arte, ministrando cerca de 50 cursos em museus e instituições culturais, o mestre da restauração goza de imensurável prestígio internacional. É responsável pela restauração de importantes quadros valiosos, que fazem parte de acervos de museus e coleções particulares no Brasil e no exterior.
Com uma equipe de 18 pessoas, Valério recuperou 18 painéis que compõem o majestoso painel “Guerra e Paz”, obra de Cândido Portinari exposta na ONU, em Nova York.
Seu ateliê em São Francisco é também procurado por colecionadores de quadros, grandes marchands e donos de galerias de arte para que confirme a autenticidade de pinturas.
Seu conceito é tão grande que Ronaldo Cesar Coelho comprou em um leilão, em Paris, um quadro de Guinard, por 761 mil dólares. Em vez de escolher um restaurador da Europa, entregou ao restaurador niteroiense a delicada tarefa.
Cláudio Valério é, ele próprio, uma peça rara. Faz parte do time de primeira que engrandece, valoriza e divulga Niterói no Brasil e no exterior.