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Cemitérios de Niterói desacatam a morte

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O pescador Manoel Francisco Rodrigues, o Manoel Lagarto, não teve seu último desejo realizado, que era o de ser sepultado em Itaipu, onde viveu seus 82 anos. Familiares tiveram que sepultá-lo em Charitas hoje (24/01), porque a administração do Cemitério de Itaipu alegou que há mais de seis meses somente faz enterros em jazigos perpétuos. O mato que cobre todas as covas de ambos os cemitérios revela o abandono das necrópoles municipais que o prefeito Rodrigo Neves pretende entregar à iniciativa privada.

Em Itaipu trabalha dia sim, dia não, apenas um coveiro; e em Charitas o portão fica fechado nos fins de semana, segundo a administração para evitar a entrada de cracudos. O aspecto de ambos contradiz o projeto de modernização dos cemitérios de Niterói anunciado pelo prefeito em 2016.

Naquele ano, Rodrigo Neves transferiu a Coordenação de Serviços Funerários da Secretaria de Saúde para a Executiva, que era então comandada pelo vereador Vitor Junior. No início de 2017, este foi nomeado secretário de Obras, levando consigo a administração dos cemitérios. Nesse mesmo dia 21 de fevereiro, a Secretaria de Obras contratou a Rivall Engenharia para executar obras de ampliação do Cemitério do Maruí, no Barreto, com custo de R$ 1,4 milhão.

Mas a situação no Maruí não é das melhores também. Tampouco, o grupo de trabalho criado em julho de 2016 para propor a “otimização da gestão, operação, manutenção e a expansão dos cemitérios públicos de Niterói” chegou a conclusão alguma até agora.

A proposta, ao melhor estilo sucupirano de Odorico Paraguaçu, seria “aperfeiçoar os serviços públicos cemiteriais, funerários e crematórios por meio de parcerias público privadas”. Ou seja, privatizar os sepultamentos em Niterói.

 

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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