Muita gente vai ficar, literalmente, a ver navios, mas é a tal história: manda quem pode obedece quem tem juízo. Até o fechamento desta coluna a prefeitura de Niterói não se pronunciou e como em política quem cala, consente é bem provável que o ex-petista prefeito tenha ignorado mais essa.
A CCR sabe que não tem que dar satisfações à prefeitura pois sua concessão é do Estado, mas em geral os prefeitos comprometidos com o que eles mesmos chamam de “anseios da população” se metem no assunto, defendem a população, protestam, mas o prefeito de Niterói parece não estar nem aí. Mesmo porque, candidato a reeleição, o ex-petista só pensa em três assuntos: voto, voto e voto.
O curioso é que apesar de não se envolver em assuntos do governo do estado, no horário eleitoral o prefeito ex-petista promete que vai, por exemplo, exigir que o 12° Batalhão da PM atenda só a Niterói, deixando Maricá para outro, visando aumentar o contingente de policiais por aqui. Ele teve quatro anos para tomar a providência. Por que não o fez?
Exemplo nacional de Imobilidade urbana, Niterói amanhece e dorme parada. Habitantes de Icaraí, onde o IPTU é uma facada nas costas, são obrigados, diariamente e o dia todo, a se flagelar em congestionamentos crônicos como os das ruas Álvares de Azevedo, Presidente Backer e Lopes Trovão. Motivos: falta de guardas e/ou guardas no celular e/ou guardas indo almoçar e/ou burrice. Em matéria de mobilidade a prefeitura só deu uma tacada: construiu as pistas de skate em São Francisco (aquela que vira lago quando chove) e no Horto do Fonseca.
Circula por Icaraí, Ingá e São Francisco a lenda de que “o prefeito não gosta da Zona Sul”, por razões ignoradas. Segundo a lenda, uma das provas foi aquele arremedo de decoração milionária feito nas coxas na Moreira César que pareceu piada. Como parece piada o fato (pasmem!) da prefeitura ter liberado a passagem de ônibus pela antes bucólica rua Tocantins, em São Francisco. Isso mesmo. Os ônibus atravessam Rui Barbosa (!), entram na estreita e residencial Tocantins e, acreditem, atravessam a micro ponte sobre o canal da presidente Roosevelt, numa manobra quase assassina. Moradores, motoristas, todo mundo enfurecido com mais esse marco da imobilidade niteroiense. Mas até aí, sem trocadilho, morreu Neves.
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