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Carlos Ruas mostra a Niterói Sorriso

Escrito por Gilson Monteiro às 10:11 do dia 29 de novembro de 2017
Sobre: Cidade em pb
29nov

A movimentada Rua da Conceição

“Niteroi de Outros Tempos” é o livro que o jornalista Carlos Ruas lança nesta quinta-feira (30/11), às 19h, no segundo piso do Plaza Shopping. Conta a história da ex-capital fluminense através de fotos em preto e branco, de um tempo em que a vida era bem mais colorida. Tempo bom em que a cidade era arborizada, tranquila, sem engarrafamentos, sem assaltos nem violência.

A Rua da Conceição, em dezembro, era fechada ao tráfego de bondes, ônibus e carros, para facilitar as vendas de Natal. A travessia de carros na Baía de Guanabara era feita por duas barcaças, a Cantareira e a Valda, esta na Ponta d’Areia. O governador despachava no Palácio do Ingá, os deputados ocupavam o prédio onde hoje está instalada a Câmara, o Tribunal de Justiça hoje é museu e o prédio do Tribunal de Contas, conhecido como bolo de noiva, está abandonado próximo à descida da Ponte.

Ruas, hoje com 90 anos, diz que a cidade era conhecida como Sorriso, pela simpatia de sua gente, mas hoje vive sitiada em casa, com medo de sair às ruas com violência presente em todos os cantos.

Em seus 65 anos de profissão viu fatos marcantes, alegres e tristes. O incêndio do circo, a revolta nas Barcas e a morte de Roberto Silveira, são algumas delas que ainda se emociona ao lembrar.

O niteroiense era festeiro, recebia em suas casas ou fazia festas glamourosas nos clubes Central, Regatas e Canto do Rio.

A saúde pública recorria ao Antônio Pedro e a particular ao Hospital Santa Cruz, que tinham em seus quadros os melhores médicos.

Não havia comida a quilo, o point gastronômico eram o restaurante Monteiro, no Centro, e a Gruta de Capri, em Icaraí. A diversão, no Pétit Paris, boate que lançou o internacional Sergio Mendes.

A cidade tinha outras marcas fortes, como o Cicle São Bento, o Ginásio Icaraí, a Leiteria Brasil, a padaria Pão Quente, a Confeitaria Esportiva, o Hidrovita, que servia água com hidrolitol; a Pastelaria  Imbui, com os tradicionais pastéis e caldo de cana; e a Italiana, que fazia pizzas.

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Gilson Monteiro
Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.
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3 thoughts on “Carlos Ruas mostra a Niterói Sorriso

  1. Niterói, apesar de tudo o que acontece atualmente, continua sendo a Cidade Sorriso, pois não perdeu seus encantos e seu povo continua sendo alegre e hospitaleiro!!

  2. Niteroi antigamente uma beleza .Epoca eo que os melhores colegios etam os publicos :Liceu ,Instituto de Educacão ,Joaquim Tavora .
    Hospital referência era o Antonio Pedro e a UFF era destaque no País .
    A Biblioteca era ponto de estudo ,existiam pessoas pobres ,mas não misetaveis.
    A melhor escola particular era o Colégio Brasil que pertencia ao Prof João Brasil um negro que fes história na Educação e ainda concedia varias bolsas aos que não podiam pagar.
    Realmente algo deu errado.no nosso “progresso “.

  3. É claro que todos temos um saudosismo de uma época que imaginamos ser mais “feliz”, mas isso tudo não passa de ilusão. Todas essas atrações (bares, restaurantes, cinemas, etc…) eram restritas às camadas superiores da sociedade, e os pobres já eram marginalizados e excluídos. A rede elétrica da cidade era bem mais precária, bem como o sistema de transporte (chegar à região oceânica, por exemplo, era quase uma aventura para intrépidos). As fortes chuvas castigavam ainda mais as ruas de terra (havia bem mais lama ao redor). Conseguir uma vaga em uma escola pública era um teste de paciência. O preconceito racial era bem mais claro, e a intolerância religiosa também, só que se manifestavam de outros modos. O abismo social já era imenso, mas a separação física entre ricos e pobres dava a noção para as classes média e alta que pobreza e violência eram coisas distantes, restritas à algumas áreas da cidade. Havia roubos e assaltos, mas não de carros ou celulares, pois estes ou não existiam ou eram raríssimos. Nossa história é uma repetição de eventos, e para mudar o curso das coisas, precisamos pensar no que nunca foi tentado, e não copiar o passado. Precisamos de novas ideias, urgentemente. E precisamos, principalmente, reconhecer que todos são igualmente indivíduos, com sonhos, aspirações, desejos, vontades, dores, medos. Quem não reconhece a existência do outro será sempre um opressor.

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