Os candidatos a prefeito abordam todas as questões da cidade e, naturalmente, fazem muitas promessas. Mas a grande vocação de Niterói, que é a Cultura, está de fora. No horário da TV e do rádio, os candidatos ignoram este setor fundamental para a cidade e para o país.
Esquecem que nos anos 1990 Niterói entrou no mapa artístico nacional ao fazer uma revolução cultural aclamada pela população e pelo setor de produção cultural. Foi é década em que o MAC foi inaugurado, o Teatro Municipal e o Solar do Jambeiro foram entregues à população totalmente restaurados e aconteceu o lendário Encontro com Cuba e suas dezenas de eventos. A cidade confirmou sua vocação cultural.
Mês passado, o grupo empresarial Reserva Cultural, de São Paulo, inaugurou um importante polo no Centro Petrobrás de Cinema, em São Domingos, cujas obras foram concluídas pela prefeitura. Reserva Cultural dispõe de cinco salas de cinema de última geração, com uma programação de primeira linha, excelente livraria e bistrô, num prédio projetado por Oscar Niemeyer. Outros empreendimentos estão a caminho e, nas redes sociais, os niteroienses demonstram seu orgulho pelo surgimento de mais esse importante polo cultural que é o Reserva.
Com o cinema, teatro e galeria de arte constantemente lotados, o Centro de Artes UFF, caiu no gosto do público. Por exemplo, no último domingo, de sol, as 2 da tarde, não havia um único lugar para se assistir ao filme “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho. Lotação esgotada. E tem sido assim quase todos os dias em todos os filmes programados no cinema, peças e shows no teatro. Mais um sinal de que a população de Niterói adora a cultura.
Se os candidatos a prefeito esqueceram de abordar a cultura por esquecimento, é grave. Se acham que o tema “não dá votos”, pior ainda. Os eleitores gostariam muito de conhecer as suas propostas (se é que existem) para este setor cada vez mais crucial para a vida da cidade e do país. É como cantaram os Titãs, e desculpe a repetição, mas a gente não quer só comida, diversão e arte.