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Campo da primeira partida de futebol é interditado pela prefeitura de Niterói

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Olha, a ironia do destino. O campo do Rio Cricket, onde há 126 anos um pequeno grupo de ingleses jogou em Niterói a primeira partida de futebol do Estado do Rio de Janeiro, foi interditado no último sábado por fiscais da Secretaria Municipal da Ordem Pública. Diziam os agentes ter recebido uma denúncia anônima, de que ali associados do clube estariam batendo uma bolinha.

Uma falácia, já que depois de a Prefeitura de Niterói pegar área do clube para alargar a Rua Marquês do Paraná, foi colocada uma grade no lugar do muro que havia. Agora, quem passa a pé, de bicicleta, carro ou de ônibus vê tudo o que acontece no gramado do Rio Cricket.

Outra contradição da fiscalização: o campinho de grama sintética continua liberado. Os fiscais se basearam no decreto 14.009/21, publicado em 30/04 pelo prefeito Axel Grael, que “em nome da Ciência”, proíbe a prática do futebol em praias e logradouros públicos (art.15). Só que a mesma medida restritiva permite a prática de esportes coletivos em locais privados, sem fazer nenhuma exceção ao futebol. Vejam o que diz o artigo 16:

Ficam permitidas as atividades de esportes coletivos, que permitam o distanciamento social, em locais privados, tais como escolinhas de lutas, estúdios de dança, treinamento funcional e similares, das 6h às 23h de segunda a sexta-feira, e das 6h às 14h nos sábados, domingos e feriados, a partir do dia 3 de maio de 2021.”

Duas perguntas que os sócios do Rio Cricket fazem ao Comitê Científico da Prefeitura de Niterói, presidido pelo reitor da UFF, Antônio Cláudio: “Onde está o risco de contaminação numa área tão extensa e ao ar livre como o gramado com mais de 100 metros de comprimento? Espremidas dentro de ônibus lotados as pessoas não estariam correndo risco maior de contrair o coronavírus?”

O Rio Cricket tem adotado o estilo rígido inglês para o enfrentamento da pandemia. O clube toma todas as precauções sanitárias. Durante esta semana, a diretoria tentou junto aos mais diversos órgãos do município obter uma explicação para a interdição de seu campo de futebol, sem receber nenhuma resposta da prefeitura.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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