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Bonsai Preventório inaugura inclusão onde prefeitura falha em Niterói

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Crianças participam da pintura da fachada do projeto social no Preventório / Foto: Divulgação

Enquanto o projeto Vida Nova no Morro — criado há 36 anos em Niterói — é relançado com pompa e circunstância após mais de uma década de esquecimento nas gestões dos prefeitos Rodrigo Neves e Axel Grael, uma iniciativa de baixo custo e alto impacto social começa a florescer no Preventório. Trata-se do Bonsai Preventório, novo espaço de transformação inaugurado pelo Instituto Cidades Invisíveis, com foco em educação, cultura, esporte e inclusão social.

A inauguração acontece no dia 5 de setembro, com um evento para convidados que celebra a cultura local: feijoada, samba, ballet e capoeira marcam o início das atividades, que incluem oficinas de dança de salão e capoeira. Nos meses seguintes, estão previstas ações como reforço escolar, capacitação profissional, inclusão digital e acompanhamento psicossocial — todas viabilizadas por meio de doações e parcerias com empresas e pessoas físicas.

Vulnerabilidade extrema

A proposta nasce de um diagnóstico social realizado pelo Instituto, que revelou um cenário de vulnerabilidade extrema: quase metade dos moradores têm apenas o Ensino Fundamental incompleto, e mais de 39% das famílias vivem com até um salário-mínimo. Além disso, 78,1% das famílias possuem membros com algum tipo de deficiência — um dado que escancara a urgência de políticas públicas voltadas para a inclusão.

Diferente das soluções estruturais agora prometidas pelo Vida Nova no Morroque Rodrigo Neves está relançando com financiamento de 117 milhões de dólares do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) – o Bonsai Preventório aposta em uma metodologia de escuta ativa e construção coletiva, com ações que partem das demandas reais da comunidade. O projeto é inspirado na frase do economista Muhammad Yunus, Prêmio Nobel da Paz: “Pessoas pobres são como bonsais. Não há nada de errado com sua semente. A sociedade é que nunca lhes oferece o espaço para crescer.”

Samuel dos Santos, fundador do Cidades Invisíveis, diz que “o Bonsai chega para ser uma ponte entre essas pessoas e as oportunidades. Queremos que este espaço seja um lugar de aprendizado, de troca, de acolhimento e de sonhos possíveis”.

Com atuação em quatro estados brasileiros e um histórico de impacto positivo em comunidades como o Vidigal, no Rio de Janeiro, o Cidades Invisíveis reforça que a inclusão não se constrói apenas com cimento e concreto, mas com vínculos, escuta e protagonismo local.

O Bonsai Preventório chega à terra de Arariboia prometendo ser mais do que um centro comunitário. Prenuncia ser um modelo de desenvolvimento que coloca as pessoas no centro da mudança — longe dos holofotes do marketing político e perto da realidade de quem mais precisa.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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