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Bombeiros socorrem hospital de Niterói… com soro que prefeitura não compra

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O Hospital Orêncio de Freitas, no alto do Morro dos Marítimos, no Barreto, sofre com o desabastecimento de insumos e medicamentos

É uma vergonha o que está acontecendo com a saúde pública de Niterói. Foi preciso que o Corpo de Bombeiros socorresse na quinta-feira (16) o Hospital Orêncio de Freitas, no Barreto. Não era para apagar nenhum incêndio, mas para continuar salvando vidas de outra maneira, os Bombeiros trocaram mil frascos de soro fisiológico por outros de soro ringer lactato para que o hospital não suspendesse tratamentos e cirurgias já marcados.

O almoxarifado da Secretária Municipal de Saúde continua com as prateleiras vazias de medicamentos, causando transtorno e preocupação a médicos e enfermeiros dos hospitais e policlínicas. Os profissionais têm-se desdobrado para conseguir remédios, através de trocas ou empréstimos. para evitar a completa paralisação do atendimento dos pacientes.

Nesses últimos três anos foram realizadas pouquíssimas licitações para aquisição de medicamentos e insumos básicos para a rede de saúde de Niterói. Em geral, a prefeitura, através da Fundação Municipal de Saúde (FMS), tem feito compras emergenciais, pagando preços superfaturados.

Leia mais: Faltam remédios e até soro nas unidades de saúde de Niterói

Há mais de dez anos, sendo oito deles da gestão de Rodrigo Neves e mais 27 meses do atual prefeito Axel Grael, a politicalha come solta na saúde, entregue sempre a um mesmo grupo. O desmando é generalizado, com as tais organizações sociais de saúde (OSS) fazendo o que querem nos hospitais Getulinho e Oceânico. São duas recebendo milhões sem nenhum critério e controle de gastos pela FMS ou pela Fundação Estatal de Saúde de Niterói (FeSaúde).

O temor dos funcionários agora é que, com a volta de Rodrigo Neves como secretário executivo, a coisa degringole para pior com o ex-prefeito e o atual Axel colocando a máquina a serviço de suas candidaturas nas eleições de outubro de 2024.

Dinheiro não falta, são R$ 5,8 bilhões de orçamento para 2023, dos quais R$ 2,3 bilhões serão provenientes dos royalties do petróleo. O que falta é espírito público e seriedade para tocar o barco e não deixar que 44% da população que não tem plano de saúde “morra na praia” por falta de assistência médica ou de socorro.

Compete ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público usar as importantes ferramentas que dispõem para acabar com essa farra do dinheiro público que vem trazendo enormes sofrimentos a essa gente desassistida, garantida apenas pelo artigo 196 da Constituição Federal, que diz ser a saúde um direito de todos e dever do Estado.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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