As mães não vão ficar amanhã, no seu dia, sem o bolinho de bacalhau do Mário do Caneco Gelado. Neste sábado (08/05) é grande o número de pedidos da famosa massa que ele prepara há anos. O chef se desdobra na cozinha para atender a tanta gente, e ainda encontra tempo para dar atenção a clientes assíduos.
Fregueses fazem fila na porta do restaurante da Rua Marquês de Caxias. Além do bolinho, são vendidos pasteizinhos de siri e de camarão, e um cardápio de pratos de peixe para o cliente pedir pelo sistema de pegue e leve ou através do delivery feito pelo aplicativo Ifood.
– Não suportava mais ficar tanto tempo, desde março, sem colocar o avental e pilotar minhas panelas e frigideiras, como faço há mais de 50 anos. Estava começando a ficar deprimido, sentido a falta do calor do fogão e, principalmente, do calor humano dos meus diletos fregueses – diz Mário.
Português de Braga, Mário conta que em casa morria de saudades de lidar com peixes que recebe bem fresquinhos no restaurante. O pescado vem direto do mar para a cozinha do Caneco Gelado. Mário examina um por um, pelo olho, guelra e escama, para autenticar a qualidade.
– Depois faço a limpeza e os cortes, dando início ao preparo do pescado para fazê-lo frito, cozido ou ao forno, de acordo com a vontade e ao gosto de cada freguês. Nunca pensei na vida, com mais de cinco décadas de cozinha, que um dia fosse ficar tanto tempo sem fazer o que mais gosto e agora ter que fornecer pelo delivery. Sou do tempo antigo e sinto prazer em levar o prato à mesa do cliente, ainda fervendo, para sentir ele provar a comida e olhar o seu sorriso de satisfação. Agora, estava triste em não poder estar na casa de cada um, participando também desse momento importante na vida das pessoas, que é o almoço ou jantar – diz o chef.
Ele está rezando para que essa pandemia acabar logo e seu restaurante cinquentenário voltar a ter o ambiente familiar de sempre, reunindo as pessoas das mais variadas camadas da sociedade em torno de uma boa comida e de uma cerveja bem gelada.