Recebi esta madrugada uma mensagem de Boechat. Ele dizia o seguinte: “Gilson, estátua é o cacete; isto é coisa para ditadores, opressores do povo, idiossincráticos e seus seguidores, que acabam em praça pública pichados e transformados em latrina de pombos e urubus. Peguem esse dinheiro que pretendem transformar em bronze e distribuam onde e com quem mais precisa. E não me encham o saco com salamaleques. Bola pra frente!”
Na mesma hora respondi ao amigo que me aparecia em sonhos: Boechat, você agora manda aí em cima; aqui na terra quem decide são seus amigos. Não podemos deixar de perpetuar sua memória para que todos conheçam o legado daquele que, como disse sua mãe Mercedes durante o velório, “foi um homem honesto, correto, que tanto falava com o faxineiro, com o mendigo de rua, com todo o carinho com que falaria com qualquer pessoa”.
Seus amigos vão prestar essa homenagem que certamente o enrubesceria e que você recusaria pela sua sincera humildade. Vamos erguer sua estátua no Saco de São Francisco, bairro de Niterói onde você viveu os melhores momentos de sua infância e juventude e do qual sempre lembrava em seus programas de rádio.
Boechat, não queremos nenhum tostão de dinheiro público para demonstrar a gratidão por você ter sido nosso amigo. Solicitamos apenas, e já conseguimos, autorização do prefeito em exercício, Paulo Bagueira, para instalar o monumento que estamos encomendando para um artista da cidade fazer.
Seguindo seu exemplo, tão enfaticamente ressaltado nas palavras de Dona Mercedes, em São Paulo, estamos aqui — o porteiro, o médico, o faxineiro, o advogado, o mendigo, o jornalista, cada qual em sua trincheira –, “exigindo o respeito que o povo merece ter, não a caridade pública, mas hospitais que nos atendam com decência, colégio público onde as crianças aprendam para poder crescer; trânsito ordenado, porque não é pelo outro ter um carro mais bonito que alguém pode passar na frente”.
Que seu exemplo de estar sempre pronto para ajudar o próximo, sem pensar em receber qualquer recompensa, desperte o sentimento de solidariedade em toda a nossa gente. Como a sábia Dona Mercedes ressaltou: “Vamos respeitar a vida, o ser humano, pois somos todos iguais, não há raça superior nenhuma”.
E isto você nos ensinou como ninguém, fazendo história no jornalismo brasileiro, pela sua correção, sua permanente preocupação em defender os mais humildes, prestando durante toda a sua carreira no Diário de Notícias, O Globo, Jornal do Brasil, O Estado de São Paulo e ultimamente na Rádio e TV Bandeirantes, um verdadeiro serviço de utilidade pública, mostrando com clareza e firmeza às autoridades e aos governantes o que acontecia numa rua, bairro, cidade, estado ou país.
O jornalista Ricardo Boechat precisa ser reconhecido e lembrado em Niterói, que ele tanto amou e divulgou.
É o mínimo que podemos fazer em nome da cidade.
Perfeito Gilson . Parabéns . Nada a acrescentar
Adoraria vê-lo em um banco da Praia de São Francisco.
Continuará a ser nossa companhia de todas as manhãs nos inspirando a tocar o barquinho .O barquinho da vida!
Criei meus filhos ouvindo a rádio.
Agora, cresceram.Estou sem eles e sem você nos engarrafamentos diáriosbdessa cidade que você amava!
Exxelente idéia!
Todos os dias as 19.20 assistia seus comentários sobre assuntos interessantes e importantes do dia e da semana. Era pra mim o âncora ds TV. Agora sinto um vazio nesse horário. Que Deus o receba com toda misericórdia e a sua família. Saudades.
A cara dele responder assim!
Amei a idéia da estátua!
Parabéns!
Grande perda para o nosdo pais mais um do bem que vai Gilson.
Parabéns Gilson ! Somente uma pessoa com sensibilidade como você poderia escrever tão belas palavras e expressar a figura de Boechat. Estamos órfãos toda manhã
Vamos começar um abaixo assinado para transformar a praça do radioamador em praça Ricardo Boechat, Jaiminho?
Vou começar falando com o pessoal com quem ele jogava a pelada dps sábados à tarde/noite.
Tem que dar o nome dele um local com a cara dele…..
Qualquer homenagem a esse cara “tô dentro”, como ele mesmo se expressava dentre outras marcantes expressões.
Sua perda está sendo muito sentida…meu companheiro de viagens diárias para o trabalho.
Esse sentimento de perda pra mim só se compara à do Ayrton Senna…um familiar se foi…que descanse em Paz, porque por aqui teremos que continuar a “tocar o barco”…
Linda homenagem, Gilson, ele é merecedor desta e de muitas outras! Só não esqueça que o bairro chama-se apenas São Francisco, embora na época dele ainda tivesse o Saco!!
Escrevi Saco de São Francisco, pois era assim que ele sempre se referia a seu bairro de Niterói. E ainda ressaltava que o termo geográfico que descreve uma pequena enseada — o saco — fora cortado por uma lei de suposta pudicícia …