O prefeito Rodrigo Neves reuniu ontem a cúpula da Polícia em Niterói para anunciar a instalação no município de 70 câmeras com inteligência artificial, num sistema de cerceamento eletrônico monitorado pelo Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp), localizado no Trevo de Piratininga. Horas depois, ladrões assaltaram o supermercado Extra que fica no shopping Multicenter, em frente ao Cisp, roubando aparelhos celulares e baleando uma mulher na fuga.
Outra vizinha do Cisp em Piratininga, as Casas Bahia foi assaltada dez vezes e acabou fechando, desistindo de tomar tanto prejuízo sem que nenhuma das caríssimas 500 câmeras do Cisp, adquiridas através de um contrato milionário da prefeitura de Niterói com uma empresa espanhola, conseguisse evitar a repetida ação de bandidos.
O prefeito, ao que parece, ainda não percebeu que segurança não se faz com marketing que gasta milhões do contribuinte sem nenhum resultado prático. Nem que as reuniões com autoridades mudam o quadro que o cidadão encontra nas delegacias de Polícia, totalmente desaparelhadas, sem os mínimos recursos materiais e humanos.
Da mesma forma, Rodrigo Neves procura dar a impressão de que o município está bem policiado com os R$ 30 milhões que diz investir no Proeis (Programa Estadual de Integração de Segurança), pagando gratificação a policiais de folga para se situarem em pontos de grande visibilidade. Ao mesmo tempo, o 12° Batalhão da Polícia Militar continua com um contingente pífio de 700 homens, que ainda tem que dividir com o policiamento de Maricá, município vizinho de Niterói, e a Polícia Civil não consegue dar andamento às investigações criminais.
Eu gostaria de morar nesta Niterói que o Alcaide propaga.