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Categories: Coluna do LAM

Arrastão e assaltos em Niterói. De quem é a culpa?

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O recente arrastão na rua Álvares de Azevedo, uma das mais importantes de Icaraí, que gerou forte indignação tem um culpado: a prefeitura de Niterói. Afinal, todo mundo sabe (inclusive os bandidos) que por falta de agentes o trânsito na via fica literalmente parado dia e noite, principalmente entre as esquinas com Tavares de Macedo e  Mem de Sá. De acordo com o jornal O Dia cinco criminosos em três motos andaram sem serem incomodados em cima da calçada da Rua Álvares de Azevedo, na contramão, e roubaram quem vinha pela frente. O Portal G1 diz que eles “assaltaram ao menos seis carros no encontro das ruas Mem de Sá e Álvares de Azevedo”.

Icaraí é um bairro com o IPTU que está entre os mais caros do Brasil. Um apartamento de quarto e sala paga quase R$ 1.400,00. No entanto, os contribuintes que moram na rua do arrastão não veem guardas municipais, nem agentes de trânsito e muito menos PMs cuidando de suas vidas. Sobrevivendo ao sabor da sorte, eles não aguentam mais pedir guardas municipais para dar eventuais passadinhas no local e agentes de trânsito para tentar desbloquear a via.

Há quem alegue que a prefeitura está economizando dinheiro. Não é verdade. Aqui mesmo neste site, o jornalista Gilson Monteiro publicou que “o prefeito candidato a governador renovou no dia seguinte à sua reeleição (em 01/11), um contrato com a FSB por R$ 5,4 milhões anuais, e manteve também os serviços da agência de propaganda Prole (R$ 15 milhões por ano)”.

Em Niterói, a Polícia Militar trabalha em regime crítico desde a famigerada fusão da Guanabara com o antigo Estado do Rio. Segundo O Globo, “o batalhão da cidade, o 12º BPM, que deveria ter 1.200 homens, hoje conta com 794. O contingente disponível para vigiar as ruas é ainda menor: 654 homens (os demais estão licenciados ou de férias), que se dividem em escalas de plantão. Ou seja, na prática, apenas 217 homens patrulham todo o município e a vizinha Maricá em cada turno de trabalho. Os números relativos ao efetivo do 12º BPM são comparáveis aos da Baixada Fluminense e de São Gonçalo, que, assim como Niterói, não conseguem ter um patrulhamento eficiente.”

Se a PM fizesse “blitzes“ constantes e específicas para motos, muitos suspeitos seriam detidos. O trabalho pontual é a solução mais viável para a PM nesse momento em que o Estado do Rio está oficialmente falido e, em consequência, sua população tornou-se refém da bandidagem.

Luiz Antonio Mello

Jornalista, radialista e escritor, fundador da rádio Fluminense FM (A Maldita). Trabalhou na Rádio e no Jornal do Brasil, no Pasquim, Movimento, Estadão e O Fluminense, além das rádios Manchete e Band News. É consultor e produtor da Rádio Cult FM. Profissional eclético e autor de vários livros sobre a história do rádio e do rock and roll.

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