Tirar a estátua do cacique Arariboia do ponto central de Niterói, em frente à Estação das Barcas, onde estava desde 1973, para colocá-la próximo ao prédio dos Correios, soa como se fosse um objeto transferido via Sedex
Essa decisão evidencia que a administração atual não respeita nem tem compromisso com a cultura e a história da velha província, que há 50 anos deixou de ser capital do Estado do Rio de Janeiro. Apesar de estar de braços cruzados, nosso Arariboia ali dava as boas-vindas ou se despedia de quem atravessa a Baía de Guanabara.
As proximidades da estátua do índio sempre serviram como ponto de encontro e referência. No passado, durante décadas, os bancos que cercavam seu pedestal eram ocupados à noite e de madrugada por políticos, advogados, professores, jornalistas e figuras da cidade. Ali, continuavam debates em alto nível, iniciados nas mesas da Leiteria Brasil, que fechava pontualmente às 22h, pois abria cedo para o café da manhã.
Essas discussões acaloradas não tinham hora para acabar e não deixavam Arariboia dormir. Entre os participantes estavam o delegado Roulien Pinto Camilo, o ex- vereador Wolney Trindade e seu fiel escudeiro Heitor de Souza, e os ex-deputados Cláudio Moacir, Kifer Neto, José Augusto Pereira das Neves, Flávio Palmier da Veiga, João Galindo, Michel Saad e Enio Pereira da Costa, que se elegeu com trabalho nas redondezas. Eles inspiravam pautas para jornalistas como Jourdan Amora, João Luiz Faria Neto, Ivan Costa, Rogério Coelho Neto, Célio Junger, Continentino Porto e Aparecido Baioneta, que chegavam de barca ou a pé.
O prefeito Rodrigo Neves, ao reformar essa praça em um projeto ao custo de R$ 64 milhões, parece mais interessado no seu marketing político. A inauguração do que chama de “requalificação do Centro” promete shows de artistas e uma estrutura milionária para impulsionar a campanha de sua esposa, Fernanda Sixel, já lançada por ele como candidata a deputada estadual, descumprindo compromissos com antigos aliados.
Rodrigo Neves, nascido em São Gonçalo, está em seu terceiro mandato como prefeito de Niterói. Já era hora de ter uma visão cultural mais profunda e ampla sobre a cidade, pensando grande e não na politicagem de shows milionários nas praias de Icaraí e São Francisco.
A Secretaria de Educação deveria levar estudantes para visitar a estátua de Arariboia e contar a história da cidade, em vez de a Prefeitura mudar o índio de lugar. Daqui a pouco vão levá-lo para a Concha Acústica.
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