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Emusa consegue adiar exonerações de apadrinhados políticos em Niterói

Escrito por Gilson Monteiro às 12:21 do dia 23 de maio de 2023
Sobre: Comissionados de sobra
  • nomeações Emusa Niterói
23maio
nomeações Emusa Niterói
Nomeações para “assessores técnicos da Emusa” somaram 896 portarias, desde janeiro de 2021

A Emusa tem mais 15 dias de prazo para exonerar 600 comissionados nomeados irregularmente, a maioria deles apadrinhados políticos, segundo denúncia do Ministério Público estadual. A desembargadora Patrícia Ribeiro Serra Vieira, da Segunda Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça do Rio, deferiu o recurso da Prefeitura de Niterói ampliando o prazo que era de 72 horas, como decidira o Juízo da 3ª Vara Cível de Niterói.

A Emusa alegou em seu recurso haver pouco tempo hábil para cumprir a decisão da juíza Isabelle Scisínio Dias, da 3ª Vara Cível de Niterói. Em seu agravo, a empresa de obras públicas de Niterói, que deveria ter somente 300 servidores, mas chegou a abrigar 1.200 nomeados, alegou ainda que sempre cumpriu com as exigências do MP. O órgão fiscalizador, no entanto, reclama há dez anos por respostas a seus pedidos de informações feitos à Emusa.

Em sua decisão, a desembargadora Patrícia Ribeiro Serra Vieira afirma que “devido à importância da Emusa para a prestação de serviços, os trabalhos seriam prejudicados com tantas exonerações”. A magistrada deferiu parcialmente o pedido de efeito suspensivo da decisão da 3ª Vara Cível de Niterói, e concedeu prazo de 15 dias úteis para o município apresentar um relatório sobre a revisão do estatuto e do regimento interno da Emusa, bem como levantamento sobre o quadro de pessoal existente e estudo para a realização de concurso público, como previsto no decreto n° 14.477/2023.

Por sua vez, a juíza Isabelle Scisinio Dias já comentara em seu despacho que, da leitura atenta dos atos editados por Grael, dentre eles o decreto 14.477, publicado “somente após a veiculação de todos os fatos graves documentados nesta ação civil pública pela mídia, não é possível extrair qualquer providência efetiva e imediata para o caos estrutural da empresa ré. Ao revés, todos versam sobre programas ou promessas, que há muito já deveriam ter sido implementadas pelo gestor público. Note-se que, nos textos, não foram estabelecidos prazos certos para as obrigações e, pior, por via transversa, ao que parece, buscou-se uma chancela para o quadro atual, sob o frágil argumento de prejuízo à eficiência administrativa”.

Isabelle Scisínio Dias lembrou que “a Emusa está há mais de dez anos obrigada, por força de decisão transitada em julgado, a realizar concurso público para composição de seu quadro permanente; está há quase dois anos obrigada a alimentar o seu portal de transparência; (e que) vem ignorando, sistematicamente, desde a vigência da Lei 13.303/2016, o seu marco legal (que estabelece um total de 300 cargos)”, acrescentou a juíza.

A Emusa alega que seu regimento interno, alterado em janeiro de 2021, aumentou de 300 para 1.083 cargos em comissão. Mas a magistrada adverte que, “pairando dúvidas acerca da legitimidade de seus diretores/administradores à época do ato, somada a total falta de transparência, que vem sendo uma marca da empresa ré, não há que se conferir qualquer validade à reunião e ao seu produto, a saber a Deliberação Emusa 01/2021”.

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Gilson Monteiro
Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.
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2 thoughts on “Emusa consegue adiar exonerações de apadrinhados políticos em Niterói

  1. Uma vergonha! Cabide de emprego para conquista de votos. São assim que ele se elegem!.
    Acorda Brasil. Específicamente, Niterói!

  2. Boa noite !!!
    Triste Brasil !! Infelizmente não vai dar em nada .
    Simplesmente Robinho aqui de Niterói 🇧🇷🇧🇷🇧🇷

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