Os trilheiros que sobem o Morro das Andorinhas, em Itaipu, na Região Oceânica de Niterói, ficam curiosos com a quantidade de relógios da Enel (antiga Ampla) instalados numa parede logo na subida. São 27 medidores de consumo de energia, mas Américo Fernandes Souza, seu Bichinho, 85 anos, morador mais antigo e guardião da comunidade, tranquiliza principalmente os ambientalistas. No morro continuam existindo somente as 14 casas de famílias tradicionais de pescadores de Itaipu.
– Apesar da minha idade, continuo vigilante com a nossa área demarcada. Aqui não pode morar mais ninguém além da minha família. Os outros relógios pertencem a casas da parte de baixo do morro, que precisam estar regularizadas no Inea e na Prefeitura – diz Seu Bichinho.
O morro faz parte do Parque Estadual da Serra da Tiririca desde 1992 e todas as 40 pessoas que ali moram são de uma mesma família instalada desde 1870, quando o pescador Leonel Siqueira da Silva decidiu erguer sua casa no alto da montanha para dali observar o pesqueiro da região. Pelo Morro das Andorinhas cruzam as trilhas que dão acesso aos mirantes de Itaipu e Itacoatiara frequentados de vez em quando por turistas.
Parece que estão subindo com sacos de areia para construção.