Um forte mau cheiro exala das lagoas de Maricá, cidade da Região dos Lagos fluminense que tem seis delas compondo o sistema lagunar do município. Apesar de estarem completamente assoreadas e recebendo despejo clandestino de esgoto, alguns pontos tidos pela prefeitura como “turísticos” estão recebendo obras de “revitalização da orla”, consumindo alguns milhares de reais de recursos de royalties de petróleo (a prefeitura não divulga o custo desses projetos).
A delegada Carla Tavares, da 82ª Delegacia de Polícia de Maricá, investiga a ocorrência de crime ambiental que estaria sendo praticado pelo prefeito Fabiano Horta (PT) e por seu secretário de Obras, Renato Machado. Eles foram denunciados pelo vereador Ricardo Netuno por estarem cobrindo a mata nativa em alguns pontos das lagoas da cidade, com barro, pedras, restos de obras contendo vergalhões, e, por último, despejando areia de praia para simular uma nova área de lazer para a população. A Perícia Criminal fez fotos e vídeos para auxiliar na investigação policial.
A mais recente dessas “orlas” foi inaugurada pelo prefeito Horta no dia 29 de dezembro, com discurso e show de música na Lagoa das Amendoeiras. Ele já inaugurou também a “orla da lagoa de Araçatiba”, onde fica o fórum do Tribunal de Justiça e a sede local do Ministério Público estadual, e depois criou também a “Orla Zé Garoto” para homenagear os frequentadores de São Gonçalo, em um trecho da Lagoa da Barra.
Moradores no entorno da Lagoa do Padre – de todas a que mais exala mau cheiro nesses dias de forte calor – já denunciaram ao Inea (Instituto Estadual do Ambiente) o despejo ilegal de esgoto feito por casas erguidas irregularmente em suas margens. Essa laguna hoje é praticamente um canal estreito, pois sofre um avançado processo de eutrofização, causado pelo aporte contínuo de matéria orgânica. As águas ficam turvas, com níveis baixíssimos de oxigênio, uma espuma fétida flutua nas bordas e, segundo pescadores, não ocorre nenhuma mortandade de peixes pois eles já não existiriam mais no local.
Maricá tem seis lagunas que se intercomunicam, a Brava, a Maricá ou Lagoa de São José; Bacopari, Barra, do Padre e Guarapina. Há quatro anos, então Secretário estadual de Ambiente, Carlos Minc, anunciou investimentos de R$ 60 milhões para sanear as lagoas de Maricá, com obras de coleta e tratamento de esgoto na região do entorno do ecossistema. Foi construída uma rede ligando o Centro a Barra de Maricá para servir ao despejo de águas servidas do que seria um pólo petroquímico no município vizinho de Itaboraí.
A 82a. DP e INEA deveriam fiscalizar o asfaltamento de diversas ruas de Itaipuaçú, alguns moradores a na maioria dos casos com a conivência/participação dos funcionários da Prefeitura estão fazendo a ligação do esgoto das residências direto na rede pluvial que joga os dejetos no canal do bairro.
Mss o cheiro não eh proprio da Lagoa? Com águas d pouca mobilidade e o leito natural em decomposição , não produziriam naturalmemte gases?