Apesar de o preço dos remédios estar pela hora da morte, o que mais se vê na cidade é a abertura de farmácias. Elas estão ocupando todos os espaços disponíveis e se instalando quase que uma ao lado de outra. As pequenas foram pouco a pouco sendo engolidas pelas grandes redes. Niterói só perde para o Rio em número de farmácias, que já são 247 (cerca de uma para cada 1,9 habitantes). A maioria funciona em Icaraí e no Centro.
Até postos de gasolina estão virando drogarias, como o da esquina das Ruas Miguel de Frias com Gavião Peixoto, em Icaraí. Na Moreira Cesar a rua também está tomada por esse tipo de comércio. Outro posto de combustíveis desativado há tempos, na Miguel de Frias com Roberto Silveira, também vai virar uma mega drogaria. O Bar Fragatas que fechou na Moreira César, vai dar lugar à venda de medicamentos.
O lado positivo nessa história é o aumento de emprego para farmacêuticos formados, pois cada ponto aberto é obrigado a ter um profissional de plantão. Segundo o historiador Emmanuel de Macedo Soares, a ex-capital, “antes alegre, que tinha até o apelido de cidade sorriso, ficou com sua gente de semblante triste. Os bares que eram uma alegria, com as leis seca e a antifumo, foram fechando. Parece que a cidade ficou doente, tamanha a quantidade de farmácias. Com o aumento da perspectiva de vida, cresceu também o número de idosos. O triste é que o salário deles foi achatado e o seu maior consumo é com a compra de remédios, que têm os preços escorchantes, com a conivência dos governos”.