
Quem escolheu Charitas para morar hoje sente algum arrependimento. O outrora bucólico bairro na orla de Niterói sofre com os impactos que o transformam em um caos urbano. Segundo seus moradores, primeiro foi a construção de uma garagem subterrânea que afetou a drenagem da Avenida Sylvio Picanço; depois veio a abertura do túnel Charitas-Cafubá, que aumentou sobremaneira o fluxo de veículos; e agora a redução da tarifa do catamarã para a Praça XV.
Com a passagem a R$ 7,70, o número de usuários já aumentou 72%, conforme comemora o prefeito Rodrigo Neves. No entanto, como as linhas de ônibus que ligam principalmente a Região Oceânica à estação hidroviária de Charitas têm horários irregulares e pouca oferta de viagens, muitos passageiros dos catamarãs vão mesmo de carro para Charitas. A falta de um planejamento da prefeitura (que vai pagar R$ 20 milhões pelo subsídio da tarifa) faz com que Charitas fique com suas ruas ocupadas por mais carros que deveria suportar.
Flanelinhas na pista
A Niterói Rotativo explora vagas ao longo da Avenida Sylvio Picanço, e nas ruas internas Dr. Armando Lopes, Eurico Manoel do Carmo e Leonel Magalhães. Nelas a vaga custa R$ 5 pelo período de duas horas. Na garagem subterrânea, a diária custa R$ 10, ou R$ 6 pelo período de uma hora.
Flanelinhas da Niterói Rotativo emitem os boletos de cobrança, na presença ou não dos motoristas. Aqueles que deixam o carro na praia para trabalhar no Rio, acabam surpreendidos pela cobrança. A vaga custa R$ 5 pelo período de duas horas. Ou R$ 10 pela diária na garagem subterrânea.
Para evitar o pagamento, muitos motoristas estão estacionando em seis ruas internas, mais próximas da estação hidroviária. A quem estacionar sem pagar, a Niterói Rotativo adverte que a multa prevista no Código de Trânsito Brasileiro é de R$ 195,23 e 5 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O veículo também pode ser removido e levado ao pátio.
Segundo o morador e economista Carlos Covas, o fluxo maior de pessoas e de veículos prejudica a capacidade de circulação de Charitas. Esta está ainda mais afetada pela construção de uma nova rede de drenagem na Avenida Sylvio Picanço e ruas adjacentes que sofrem alagamentos há mais de 30 anos. A ION (antiga Emusa) coordena a obra que custa R$ 13,4 milhões e tem conclusão prevista para outubro.
“O bairro já estava no limite antes da abertura do túnel. Após este evento, a situação ficou crítica, com um fluxo intenso de veículos na Avenida Silvio Picanço a qualquer hora, com consequente aumento de ruído. Não raro, bandalhas e veículos na contramão, motos em circulação perigosa e estacionamento irregular aumentam o transtorno aos moradores. Sem contar a diminuição da sensação de segurança. Ou seja, são impactos reais, que se refletem na perda da qualidade de vida e na redução do valor dos imóveis. Por esta razão existe esta preocupação com os efeitos dos novos fluxos de circulação derivados do aumento do uso dos catamarãs”, conclui o economista.
Leia: Tarifa reduzida não evita congestionamento do trânsito em Niterói
Aplaudida pelos usuários, a redução da tarifa do catamarã Charitas-Praça XV não parece ter resolvido um grave problema de mobilidade urbana em Niterói. O trânsito continua congestionado durante o rush matinal, contrariando a previsão do prefeito Rodrigo Neves, de que com a passagem menos cara ele tiraria “cinco mil carros das ruas da cidade”.
Andrew Wallace, morador de Itaipu, conta que após a redução da tarifa passou a usar o catamarã para ir ao Rio. No entanto, apesar do aumento do número de passageiros, a quantidade de ônibus que vem da Região Oceânica continuou a mesma.
“Não colocaram ônibus extras para uma maior quantidade de passageiros, é um verdadeiro empurra-empurra para entrar. Para piorar, colocaram um gradil na pista atrapalhando o acesso ao terminal de ônibus de Charitas. Ao longo do trajeto, os sinais são mal sincronizados levando quase 5 minutos para abrir”, acrescenta Andrew, dizendo que já está pensando “em voltar para a barca”.
Única solução é o aumento de ônibus para Charitas principalmente a linha Santo Antonio OC1. É lamentável ter que esperar de 30 a 35 um ônibus passar.
Com a redução da tarifa do catamarã, a primeira medida de caráter imediato seria o retorno do 38b para escoar o fluxo de pessoas para a Região Oceânica.
Enquanto as únicas opções forem os OCs de capacidade e frota reduzidas, vai continuar o fluxo intenso de carros, sejam eles particulares ou de aplicativos.
Existe um grande fluxo de carros da região oceânica para Charitas e ali deixar os veículos para chegar ao Rio, o morador da Região Oceânica que usa o Catamarã não usa o Ônibus já que estamos falando de pessoas de poder aquisitivo médio/alto e os ônibus já estavam saturados antes da redução da passagem do catamarã.
Ao meu ver a ligação Charitas Itaipu deveria ser feita de VLT.
O certo era colocar ônibus extra, com itinerário,Região Oceânica X Charitas
Com horários até o fechamento da estação.
Vamos por partes. Barcas, tem que baratear sim! O subsídio está correto, o modelo de concessão é que é um absurdo. Deve ser revisto no próximo ciclo de licitação, preferencialmente chutando pra longe essa concessionária medonha.
Segundo, a obra faraônica do BHLS da região oceânica acabou apenas criando uma gigantesca ciclovia – ciclistas são os únicos beneficiados, já que não passa ônibus nenhum. Isso é um enorme problema, o senhor prefeito Rodrigo Neves olha para uma situação sem considerar todas as implicações.
Quanto aos moradores de Charitas, a cidade é dinâmica, mudanças acontecem. Ninguém hoje pode pensar Niterói sem esse túnel. Mas a fiscalização no bairro deve ser permanente para minimizar os abusos com os moradores.
Pira politicagem do atual.prefeito de Niterói com o secretario de transportes do RJ!!!!!
Usando nosso dinheiro pra subsidiar passagem de transporte q era seletivo e nao coletivo!!!!
Deixe-me entender: a busca de soluções como redução de tarifa e obras de drenagem estão atrapalhando o trânsito. Claro, dá para buscar mais opções de linhas de ônibus, entre outras soluções. Mas tem reclamação que fica até difícil de acreditar….
Sou moradora de Charitas e discordo totalmente. O valor reduzido das barcas vai trazer comércio, desenvolvimento e modernidade para o bairro por tabela. Já há 3 lançamentos imobiliários de grandes construtoras previstos para esse ano. Acho que será bastante positivo para o bairro.