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Carlos Russo: A lenda da navalha e da tesoura há 59 anos em Icaraí

Escrito por Gilson Monteiro às 14:28 do dia 25 de julho de 2024
Sobre: Barbeiro nato
  • Carlos Russo, barbeiro tradicional de Icaraí, Niterói
25jul
Carlos Russo trabalha há 59 anos na mesma rua de Icaraí em que conquistou enorme clientela

Carlos Russo, o barbeiro de Icaraí, é uma figura icônica que ama o que faz em Niterói. Com 75 anos de idade, é conhecido por sua enorme clientela. Muitos cortam o cabelo com ele há mais de cinco décadas e já trazem a terceira geração para a tradicional cadeira do salão da Galeria 211, na Rua Ator Paulo Gustavo.

Seu nome de batismo é Luiz Carlos Peixoto Pain. Trabalha há 59 anos na mesma rua de Icaraí, 50 deles no salão onde está até hoje. A história de Russo é repleta de paixão pelo ofício. Desde menino, ele passava em frente ao Salão Alcântara, em São Gonçalo, onde nasceu, e dizia aos pais que queria cortar o cabelo das pessoas. Aos 14 anos realizou seu sonho, aprendendo a profissão naquele salão onde trabalhou por dois anos.

Na época, não havia escolas de cabeleireiros, mas Batista, o experiente dono do Salão Alcântara, ensinou a Russo como segurar o pente, a tesoura, a máquina manual e a navalha. Ele passou três meses observando a arte dos cortes mais variados.

Russo confessa que sentiu grande emoção e responsabilidade ao usar a tesoura e a máquina nos cabelos de seus conterrâneos. Nos primeiros clientes, o mestre Batista precisou ajudá-lo no retoque final.

Hoje, às vésperas de completar 60 anos no importante bairro da Zona Sul, Russo já soma uma infinidade de amigos, dentre eles figuras conhecidas e representativas da cidade, que o deliciam com suas prosas e histórias interessantes da ex-capital fluminense.

A profissão de barbeiro evoluiu muito ao longo dos anos, com uma variedade enorme de cortes e penteados. Muitos clientes querem imitar as cabeças de artistas e jogadores famosos, o que exige que o profissional esteja sempre apto a executar a vontade de quem se senta em sua cadeira.

Russo também observa mudanças nos equipamentos básicos. A máquina manual deu lugar à elétrica, e a navalha foi substituída pelo aparelho de gilete, causando uma queda significativa na raspagem de barbas nos salões.

Verdadeiro tesouro de Icaraí, sua simpatia e amor pelo que faz trazem alegria a tantas pessoas que se sentam em sua cadeira. Carlos Russo merece nosso reconhecimento por uma vida inteira dedicada ao trabalho. 

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Gilson Monteiro
Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.
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