O sempre lembrado mestre de geografia do Centro Educacional de Niterói e da UFF, Luiz Carlos de Albuquerque Santos, 93 anos, vai lançar e autografar “O nome da Flor”, seu 11° livro, o terceiro de poesias. Editado pela Nitpress, terá noite de autógrafos, terça-feira (27/09), às 18h, na Livraria da Travessa, em Icaraí.
“O Nome da Flor” não é apenas um marco da longevidade e da vitalidade do poeta, mas celebra aquela que o estimulou a pôr no papel seu talento, quando ele já era um sexagenário: sua segunda mulher, Irma, a quem o livro é dedicado, “em paz, onde estiver”, conforme escreveu.
Espirituosa, profunda, irônica, soturna, a obra reúne fragmentos de vida, colhidos das observações do autor sobre episódios pessoais ou sociais. Sua motivação, no entanto, é o amor. Luiz de Albuquerque não busca interpretá-lo, apenas o aceita e o brinda, em seus versos, ao adotar a perspectiva daquele que enxerga e revela a pessoa amada, em um diálogo que pode ser interpretado como sendo com o leitor ou com quem o inspirou. Um bom exemplo é o poema “Elegância”, outro é o que dá nome ao livro.
Luiz de Albuquerque tem uma bonita história de vida, desde quando deixou Santa Maria Madalena, aos cinco anos de idade. A família, vitimada pela epidemia da tuberculose foi se tratar em Petrópolis, enquanto ele foi morar com a tia Sinhá, em Nilópolis.
Aluno aplicado ingressou cedo na carreira militar como oficial da Marinha, mas com real inclinação para o magistério, logo realizou seu sonho como professor nas Escolas Naval e Superior de Guerra, Universidade Federal Fluminense e Centro Educacional de Niterói. Neste teve como alunos o consagrado jornalista Ricardo Boechat e o ex-prefeito de Niterói Jorge Roberto Silveira, além de uma geração de jovens formados no colégio dirigido pela competente e incansável Myrthes Wenzel.
Luiz de Albuquerque, imortal da Academia Fluminense de Letras, diz que a vocação de romancista e poeta surgiu mais tarde, quando “já fazia parte da coleção outono inverno”. A partir daí não parou mais e publicou os romances: O futuro do passado; Encontro de Paralelas; A sombra colorida; A transparência zelada; No inverno, talvez…; As cunhadas; Peregrino e A saga de Valquíria, além dos livros de poesias Sinfonia para piano solo; O caderno de Nize e agora O nome da flor.
Casou-se aos 20 anos com a professora e pedagoga do Centro Educacional Vera Reis, de Natividade, também do interior fluminense. Tiveram três filhos: o economista e advogado Mauricio, e os médicos Gilson e Luís Abelardo Reis Santos, este diretor-médico do Niterói D’Or.
Figura lendária como Luiz Carlos de Albuquerque Santos, que só deu boas lições e exemplos a vida toda, que o Norte Fluminense mandou de mão beijada, a gente só encontra na terra do cacique Arariboia.