Deram-me uma dica para conhecer o churrasquinho do Ceará na calçada da Avenida Rui Barbosa, em São Francisco, Zona Sul de Niterói. Cheguei no final da tarde e encontrei fila para comprar espetinhos de carne, misto, frango, coração, brumete, linguicinha, cafta e salsichão feitos por Francisco Silva Cavalcante, da terra da luz, na beira de uma churrasqueira de carvão onde já vai completar 20 anos de trabalho em maio.
O cabra da peste rala desde os 17 anos, quando chegou em 1981 a Niterói para trabalhar na cozinha do Restaurante La Verona. Depois foi para o Candomblé e mais tarde para o Buonasera, em Itaipu, de onde saiu para ser chef dos espetinhos em São Francisco.
Francisco, 58 anos, diz que ninguém imagina o trabalho que dá para oferecer um espetinho de qualidade. O segredo do sucesso é o molho que trouxe da receita da vovó, que foi aperfeiçoando nesses anos de cozinha com grandes chefs.
– Coisas simples, mas que a gente tem que ficar atento é na hora da escolha da carne, o modo certo de cortá-la e o tamanho dos cubos. O tempero também tem hora certa para entrar – diz Francisco.
O churrasqueiro lembra que a atenção deve ser redobrada quando os espetos vão para assar nas brasas de carvão. Aí não se deve deixar a carne passar do ponto. Farofa e molho à campanha completam a rápida e pequena refeição.
O movimento cresceu tanto que ele trouxe as sobrinhas Roberta Gama e Mahyane Cavalcanti, seus braços direitos, para dar suporte a essa estrutura caseira. Chico não tem queixa nenhuma da vida. Só reclama do aumento absurdo do preço da carne, seu principal produto.
Francisco Silva Cavalcante, boa praça, exemplo da fibra do povo nordestino que traz alegria com seu pequeno quitute à terra de Arariboia.
Em que locar da Rui Barbosa, ficam atendendo? Pretendo conhecê-lo.
Em frente à agência Bradesco.
Realmente o espetinho dele é muito bom, como sempre, há anos…