Maria Paula, bairro cortado pela RJ-100 que separa dois municípios, vive esquecido tanto pelas prefeituras de Niterói como de São Gonçalo. Vítimas de assaltos frequentes, moradores reclamam a ausência na região das câmeras do Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp) e do programa Niterói Presente, ao menos nas ruas do lado pertencente à ex-capital fluminense.
Maria Paula tem como bairros vizinhos Matapaca, Sapê, Badu, Muriqui, Vila Progresso e Santa Bárbara do lado niteroiense, e Arrastão, Arsenal, Novo México e Tribobó, do lado gonçalense. O bairro, além da falta de segurança, está com iluminação precária e sem manutenção nas ruas.
Na Praça Tancredo Neves, onde existe um posto da Polícia Militar, uma obra milionária da prefeitura de Niterói está paralisada. A placa colocada às vésperas da eleição de novembro informa que a prefeitura contratou a empresa Américas Comércio e Construções, por R$ 1.109.684,51, para fazer a reforma do campinho de futebol, vestiários e alambrados (foto).
Nessa praça que fica no trevo formado pelas Estrada da Paciência e RJ-100, a construtora deveria ter finalizado em 13 de julho último toda a obra. O projeto previa além do campo de futebol com grama sintética, bicicletários, mesas e bancos de concreto e uma academia para a terceira idade, com aparelhos de exercício e brinquedos infantis.
Por trás do tapume que cerca essa praça, vê-se que a obra sequer foi iniciada. A empresa é a mesma contratada pela Emusa para a reforma de outros campinhos de futebol de Niterói, como um que fica em Jurujuba, entregue este mês.
Do lado de São Gonçalo, em outubro a prefeitura gonçalense inaugurou a sede do Centro de Referência e Estudos da APA (Área de Proteção Ambiental) de Estâncias de Pendotiba. A intenção é a de preservar o que ainda resta da Mata Atlântica na região. Quanto a obras de infraestrutura urbana, as últimas intervenções foram há mais de três anos na Rua Basileo Nogueira da Costa.
Região insegura
Moradores de Maria Paula dizem não entender “como uma saída/entrada da cidade, cercada por comunidades violentas, ocupadas por facções criminosas não é estrategicamente importante para ser monitorada”. Aguardam ainda aguarda uma resposta à petição com cerca de cinco mil assinaturas encaminhada ao comando do 12° Batalhão da PM, secretários municipais e vereadores.
No dia 14/07, um adolescente de 14 anos, morador de Maria Paula, foi assaltado quando saiu de casa para jogar bola com amigos. Como não tinha nenhum celular para entregar aos bandidos, o jovem foi esfaqueado, sofrendo ferimentos nas mãos. Socorrido por policiais militares do DPO de Maria Paula.
Moradores dizem que, após a ocupação do complexo do Viradouro pela PM, há um ano, eles perceberam uma diminuição do efetivo policial na região de Pendotiba. Com isso, aumentaram os assaltos e ataques a pedestres. No dia 18, uma enfermeira que voltava de seu plantão foi atacada a coronhadas por ladrões. Precisou ser socorrida por uma ambulância do Corpo de Bombeiros.
Moradores contam que em várias ocasiões moradores foram às autoridades cobrar mais atenção à região integrada por Maria Paula. Já pediram ajuda à Secretaria de Ordem Pública, ao comando do 12° BPM, ao Conselho de Segurança de Niterói e até em sessão plenária da Câmara de Vereadores. Mas o que sempre ouvem é que “a mancha criminal (registro de ocorrências policiais) não justifica qualquer investimento de monitoramento do nosso trecho de divisa da cidade”.
A Prefeitura Municipal de Niterói só se lembra dos bairros de Pendotiba na hora de cobrar o altíssimo IPTU, principalmente dos vários condomínios horizontais da região e que , por sinal, têm seus imóveis desvalorizados em função da violência!!!!