New here? Register. ×
×

Paleta, tinta e pincel ajudam jornalista a enfrentar isolamento da Covid

Escrito por Gilson Monteiro às 08:15 do dia 20 de março de 2021
Sobre: Talento redescoberto
  • Barros, João Américo
20mar

Por: Guilherme Barros e Marina Rocha Barros //

Barros, João AméricoIsolado em casa, aos 90 anos, o jornalista João Américo Barros, aposentado há mais de 20 anos, niteroiense e morador de Icaraí, redescobriu o prazer de pintar. Com uma bandeja improvisada como paleta, tinta e pincel redescobre seu talento para a pintura. E assim consegue enfrentar o isolamento social provocado pela Covid.

Seus quadros têm tido ampla repercussão nas redes sociais. Sempre atento aos novos modos de consumir informação, Barros, que desenha e pinta desde os 12 anos, começou um curso de pintura online e vem aprimorando suas técnicas.

Barros, tela 1– Não pegava em um pincel há mais de 10 anos. Descobri uma artista de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, que gostei muito. Estou aprendendo novas formas de pintar e gostando muito do resultado – diz ele que já ganhou nota 10 da professora em um de seus quadros abstratos.

O hobby ajuda a manter a cabeça no lugar no meio de uma pandemia que nunca imaginou viver. O aposentado está entre os brasileiros vacinados contra a Covid-19. Já tomou a segunda dose da CoronaVac, mas garante que manterá todos os cuidados para evitar a doença.

Barros tem uma carreira jornalística notável. Estava à frente do departamento de arte da famosa revista O Cruzeiro quando a publicação atingiu a histórica marca de mais de 700 mil revistas vendidas em banca. Foi chefe da arte das revistas Manchete, Manchete Esportiva, Fatos e Fatos e Fotos. Ao todo, Barros deve ter projetado, com seu traço de artista nato, milhares de páginas e capas de revistas.

Há três anos, sofreu sua maior dor, quando perdeu sua companheira de quase 60 anos, Maria Adelaide. A relação dos dois remonta à época quando Niterói ainda era capital fluminense e eles trabalhavam no IBGE. Barros teve então uma oportunidade de atravessar a Ponte e tentar a vida em O Cruzeiro, como diagramador. Trabalhou na revista durante 20 anos. Lá, conheceu e se tornou amigo de nomes como Ziraldo, Borjalo, Péricles Maranhão, Carlos Estêvão, Amilde Pedrosa (Appe), e muitos outros. Depois, em 1975, mudou-se para extinta Manchete, onde construiu uma sólida amizade com Carlos Heitor Cony.

Barros foi citado algumas vezes por Cony em artigos escritos para a Folha de São Paulo. Até o falecimento de Cony, os dois ainda se encontravam. Chegaram a fundar um grupo chamado Pão com Ovus, todos ex-jornalistas da Manchete.

Flamenguista de coração e conhecedor de culturas, ele, hoje, acompanha de perto as notícias de esportes e política e usa as redes sociais para compartilhar textos e análises pessoais, sempre com opiniões muito incisivas.

Sharing is caring

Gilson Monteiro
Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.
|

One thought on “Paleta, tinta e pincel ajudam jornalista a enfrentar isolamento da Covid

Comments are closed.