André Felipe Gagliano Alves, secretário do prefeito Rodrigo Neves e um dos alvos da busca e apreensão realizada hoje pela Operação Transoceânica, em Niterói, é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) por participar de fraude em licitação de contratos de publicidade para a prefeitura de Niterói. Segundo denúncia do publicitário Renato Pereira, Gagliano exigiu um mensalão de R$ 20 mil para ele, e mais R$ 60 mil para compor o caixa dois da prefeitura. A licitação teria sido direcionada, então, para favorecer a agência Prole, de Renato Pereira e Willian Passos Junior (outro investigado).
Segundo a investigação do MPF, André Gagliano movimentou R$ 1,448 milhão em suas contas bancárias, no período de setembro de 2013 a agosto de 2018. O levantamento foi feito pela Unidade de Inteligência Fiscal – UIF (antigo COAF). Para o MPF, a movimentação financeira seria atípica e incompatível com os rendimentos declarados pelo investigado.
A UIF apurou que os créditos nas contas bancárias de Gagliano somaram R$ 722.352,53, sendo R$506.744,73 por meio de 142 depósitos realizados nas praças de Niterói e Rio de Janeiro. Deste montante, R$ 267.411,00 foram depositados em espécie, através de 54 transações; outros R$ 216.769,77 efetuados em 83 transações em terminais de autoatendimento; e R$ 193.407,80 foram provenientes de 35 TEDs, DOCs .
Gagliano hoje é coordenador geral de eventos da prefeitura. Quando foi secretário de Relações Institucionais da Prefeitura assinou contratos do município com a Prole. Também aprovou aditivos de prorrogação. A despesa com publicidade custou mais de R$ 60 milhões para os cofres públicos niteroienses.
Outro alvo da busca e apreensão de hoje feita pela Polícia Federal é Domício Mascarenhas. Ele atuou como coordenador das campanhas de Rodrigo Neves e foi secretário de Obras. Segundo Renato Pereira, era quem recebia os R$ 60 mil “para compor o caixa 2 da prefeitura”, em 2013.
No acordo de colaboração homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Pereira contou que Gagliano atuou diretamente para que a Prole fosse escolhida agência responsável pela comunicação oficial da prefeitura e, até julho de 2016 recebeu R$ 20 mil mensais. Segundo o marqueteiro, os valores eram entregues ao agente público por seu sócio, William Passos.
Que vergonha. Com todo esse dinheiro a cidade estaria muito melhor.