
Velho teatro na Praça da República abriga reuniões do Grupo Reunidos
Pelo menos cerca de 300 pessoas não colocaram nenhuma gota de álcool na boca, durante a quarentena de mais de cem dias. Apenas passaram álcool 70° nas mãos para prevenção do Covid-19. São os membros do Grupo Reunidos de Alcoólicos Anônimos, o mais antigo da cidade, que na terça-feira (23/06) completou 56 anos. A data foi comemorada online, sem brinde, mas em grande estilo.
Existem outros cincos núcleos, o Igualdade, Barreto, Pendotiba, Santa Rosa e Fonseca, num trabalho fantástico e voluntário, com o objetivo de tirar as pessoas do alcoolismo.
Como não podem parar as reuniões, o jeito dos AAs foi manter as reuniões pelo sistema Zoom, em vídeo conferência, ou interagindo através de troca de mensagens via WhatsApp, nos mesmos horários, das 16h às 18h e das 19h às 21h, inclusive sábados e domingos.
O ritual é o mesmo, praticado no salão do antigo Teatro Leopoldo Fróes, prédio pertencente à Mitra, na Praça da República. A abertura é feita sempre com a leitura da oração da serenidade:
“Deus, conceda-me a serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem para mudar as coisas que posso e a sabedoria para discernir uma da outra.
Vivendo um dia de cada vez, apreciando um momento de cada vez, recebendo as dificuldades como um caminho para a paz e, como Jesus, aceitando as circunstâncias do mundo como realmente são, e não como gostaria que fossem.
Confiando que o Senhor tudo fará se eu me entregar à Sua vontade;
Pois assim poderei ser razoavelmente feliz nesta vida e supremamente feliz ao seu lado na eternidade.
Amém.”
O A.A. é uma grande obra, em q todos são iguais, é isto tb fortalesse seus membros evitando o primeiro gole.
Ainda que seja louvável a ajuda voluntária a pessoas com dificuldades, é urgente repensar o problema da dependência em substâncias e o vício em hábitos, como compulsão por jogos de azar, por compras, por sexo, dentre outros. A dependência (ou vício) tem origem na carência afetiva e emocional, e as compulsões servem como compensação. A origem da carência é diversa, mas pode-se generalizar pelo não enquadramento social, isto é, o sujeito sente que os padrões sociais o impedem de viver uma vida livre e plena, gerando a angústia que se assemelha a um tipo de prisão. O melhor remédio contra os vícios é o diálogo em todos os ambientes da vida (família, escola, amigos, igrejas, mídias), e a tolerância para aceitar e acolher pessoas que por ventura não se enquadrem nos padrões sociais pré estabelecidos.